Manter o coração arraigado na esperança, enquanto vivemos um contexto em que o mundo parece desabar ao nosso redor e as nuvens nebulosas tomam conta do cenário, é desafiador. A gente pisca e pisca pra ver se é isso mesmo, se estamos realmente enxergando os fatos, pois diante de tantas coisas inacreditáveis e absurdas se bobearmos ficamos totalmente confundidos. Nossos dias estão cheios de acontecimentos espantosos. Uns mais próximos da gente e outros nem tanto, mas que nos deixam em alerta.

Quando essas situações nos confrontam diretamente a alma fica em frangalhos. Quando indiretamente torcemos pra que passe logo e bem longe da gente.

Pessoas que levantam uma bandeira de “paz”, mas que promovem a guerra pra todo lado tem sido de praxe. As guerras que acontecem não somente no âmbito dos países que lançam bombas ceifando vidas inocentes, mas que vai diminuindo em domínios onde alguém, se torna o agente de uma língua maldita dentro do seio da família e que mata a alma do que lhe é próximo.

Tudo quanto é tipo de mal tem se proliferado. As pessoas estão expostas e vulneráveis em todo o tempo. O tal sistema “democrático” predador com sua irascível vaidade, que atropela a tudo e a todos, devastando a natureza enquanto ela geme, e um espírito que se apoderou das mentes mais tendenciosas deixando-as entender que manipular, dissimular, competir, enganar, perseguir, depenar e passar por cima de seja quem for é o significado essencial da vida.

Um poder que é contra todo conceito de civilização, que não tolera nenhum princípio que tenha como base o bem e que encarceram aqueles dos quais acreditam ser “suas coisas”. Os senhores dos homens que os subjugam a todas as consequências reais do que essa escravidão consumista é capaz de gerar. Uma das coisas que mais chama a atenção nisso tudo, é a máscara que esses monstros necessitam usar todas as vezes que suas hipocrisias e falsidades precisam ser ditas.

Esse espírito dominador, essa falácia sedutora e enganadora, pulsões animalescas, o medo que devasta a alma, o real poder que o homem tem para destruir a si mesmo e destruir a todos, gana por ganhos à custa de vidas ceifadas, esse contexto universal onde as trevas tem sido mais presente que a luz, tem levado o coração daqueles que não estão agarrados na Esperança a uma angústia cada vez mais crescente.

Não podemos ser levados por essa maré de influências perversas e negativas, nem ser afogados por elas. Mesmo que o planeta agonize, mesmo que não se ache fé nos homens, mesmo que o entendimento da maioria esteja cego e sua consciência vendida, mesmo que o amor tenha se esfriado de quase todos, mesmo que todos ao seu redor tenha feito da conversa macia, das fábulas e do cinismo o alimento para manterem-se mentalmente “sadios”, eleve seu olhar e não deixe de ver que Poder maior é Daquele que nos gerou e nos chamou para um propósito seguro e inigualável. E mesmo sabendo que o contexto é de muita angústia e inexatidão, ainda assim, nosso coração pode se encher de paz e alegria, de fato nosso galardão e nossa recompensa ninguém tira!

Deniza Zucchetti é professora por vocação, quase Relações Internacionais, escritora por amor nas horas vagas e mãe de dois lindos filhos em período integral. Escreve toda semana.