Pais que deixaram filho comer ração de cachorro afirmam que era apenas brincadeira
Garoto de apenas dois anos é deficiente. Caso foi parar nas mãos da polícia
Um caso polêmico está chamando atenção nas redes sociais. Se trata de uma criança de apenas dois anos, com deficiência motora, que aparece em um vídeo comendo ração de cachorro, em Trindade, a 87km de Anápolis.
Nas imagens, é possível ver o garotinho debruçado em cima da tigela, enquanto a mãe a tia-avó, que moram juntas, riem da situação.
Tratado como brincadeira e compartilhado pela família em grupos de WhatsApp, o registro acabou indo parar nas mãos da polícia, que agora irá investigar se o menino foi submetido a maus tratos, omissão e constrangimento por exposição vexatória.
A avó paterna do garotinho é quem fez a denúncia. Em depoimento à polícia, ela contou que estava a vendo televisão quando recebeu uma mensagem da tia-avó dizendo: “vem fazer almoço para mim vovó! Estou tendo que improvisar um lanchinho”.
Ao G1, a mulher ainda disse não acreditar que tudo tenha sido uma brincadeira.
“Aquilo não foi uma brincadeira. Ela humilhou, expôs o meu neto. Se para ela é uma coisa pra rir, para mim não é. O que ela fez coloca a vida do meu neto em risco”, afirmou.
Os familiares da criança, no entanto, acham que a mulher só denunciou o caso por “maldade”.
“Estávamos lavando a casa e mudando algumas cadeiras de lugar. Quando olhamos o menino, ele estava pegando a ração. Achei engraçado, morri de rir e fui filmar. Mandei para algumas pessoas, só da família. Era uma brincadeira, mas que a avó paterna dele tirou de contexto de maneira maldosa e denunciou para a polícia”, relatou a tia-avó, de 42 anos, que gravou o vídeo.
A mãe, de apenas 19 anos, é estudante de enfermagem e também disse que ele não chegou a comer a ração, pois consegue comer coisas pastosas. A versão foi desmentida pela avó, que disse que na casa dela o garoto se alimenta normalmente e que, inclusive, passou mal após ingerir a comida do cachorro.
Os pais da criança estão separados há três meses mas, mesmo assim, o pai, de 22 anos, também acredita que a atitude da mãe dele tenha sido feita com intenção de prejudicar a família da ex-mulher.
“Quem corre atrás de tudo para ele é a tia-avó ou eu. É complicado falar, mas minha mãe tem alguns transtornos psicológicos, toma medicação, e contou um monte de mentiras sobre esse caso só para prejudicar”, afirmou.
Apesar de apenas a avó paterna ter considerado o vídeo como um problema, o delegado Vicente Gravina, responsável pelo caso, levará a investigação a diante, pois existe a suspeita de que não é a primeira vez que a criança é submetida a maus-tratos
“Ainda não sabemos qual foi o objetivo das duas em gravar esse vídeo, e elas consideram aquilo uma brincadeira. Não tinha nenhum momento ali que possa ser considerado uma brincadeira”, salientou.
Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, a pena de expor uma criança a algum constrangimento é de seis meses a dois anos.