Chamada de macaca pela chefe, jovem não deixa barato e consegue vitória na Justiça
Uma jovem mineira de 24 anos, identificada como Maíra Caroline de Faria e bacharel em Direito, será indenizada em R$ 6 mil, por danos morais, após ser vítima de um episódio racista em uma confraternização do estágio.
O caso ocorreu em dezembro de 2017, mas somente em agosto deste ano que o processo foi finalizado, depois que as duas partes chegaram a um acordo.
Em entrevista ao G1, Maíra contou que o crime aconteceu durante uma brincadeira de amigo secreto, quando a chefe revelou que tinha tirado “a macaca do escritório”.
“O processo é importante para mostrar que, mesmo dentro do direito, há casos de preconceito. São pessoas bem informadas que também cometem esse tipo de crime. Está enraizado nas pessoas”, afirmou a vítima.
No processo, a chefe de Maíra afirmou que usou a expressão para se referir às “macaquices” da jovem, porque ela seria muito alegre e engraçada.
O escritório quis até representar contra a vítima por “falsa ocorrência de injúria racial”.
Para a juíza Fernanda Garcia, da 45ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, testemunhas confirmaram que a palavra não foi usada em tom ofensivo, mas que gerou sim um constrangimento grande para a então estagiária, que ficou claramente desconfortável.