Conheça o projeto que empresta perucas para mulheres com câncer em Anápolis
Quase 300 pacientes já foram atendidas, de jovens garotas até senhoras de idade
Em 21 de setembro de 1994 era instituída a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Anápolis, a partir da união de duas diferentes instituições até então: o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e o Clube de Diretores Lojistas.
Sendo que, o primeiro, já existia desde 1962, em um aglomerado que representava as empresas do comércio anapolino.
Datas distantes que comprovam toda a tradição da organização na cidade. Apesar disso, foi apenas em 2012 que ocorreu a instauração de uma nova unidade no aglomerado: a CDL Mulher.
E, com ela, um novo leque de projetos e iniciativas tiveram início no município, todas com foco no empreendedorismo feminino.
Um destes projetos em especial pauta e norteia esta reportagem, que conta a história de diversas mulheres, não só de Anápolis, que tiveram a chance de um recomeço na vida, após a confirmação de uma tragédia.
“Fios do bem”
Foi no dia 22 de junho, ainda em 2017, que a atual presidente da CDL Mulher e também coordenadora do projeto, Yesa Carvalho, decidiu abrir um banco de perucas, batizado de “Fios do bem”.
A finalidade da ação não poderia ser mais nobre. Fabricar e distribuir perucas para mulheres que perderam o cabelo durante o tratamento contra o câncer.
Nestes pouco mais de três anos, já foram 271 pacientes auxiliadas, desde jovens garotas até senhoras de idade.
“A população anapolina é maravilhosa. Ela realmente abraçou a causa e nos ajudou demais na doação de cabelo para a confecção das perucas”, pontuou Yesa.
“Mas não somente Anápolis, temos também cabelo dos Estados Unidos, de São Paulo, Brasília”, acrescentou, em tom de animação.
Relatos
O Portal 6 conversou com algumas das mulheres beneficiadas pela iniciativa da CDL, para saber a importância da ação na vida delas e na continuação do tratamento em busca da plena recuperação contra a doença.
Uma delas é Erliete Lopes, de 43 anos, moradora de Goianápolis que, infelizmente, foi diagnosticada com câncer de mama.
“Através do Hospital do Câncer, eu conheci a CDL, que me proporcionou a peruca. E eu venho aqui me declarar e agradecer todo o tratamento e cuidado de vocês”.
“Me levantou a autoestima. Eu não poderia encarar a população estando do jeito que eu tava. Só tenho a agradecer, que Deus abençoe todos vocês”, profetizou Erliete.
Outro exemplo é Maria Lima de Jesus, de 63 anos, que precisou passar por diversas retiradas de órgãos após ser diagnosticada com um câncer maligno no útero.
Rádio e quimioterapia foram alguns dos tratamentos que ela precisou ser submetida, ambos conhecidos por causar a queda dos fios de cabelo.
E foi aí que o banco de perucas da CDL entrou em ação para tentar mudar um pouco a realidade de Maria.
“Fui muito bem atendida, as perucas são muito bem feitas, muito bem elaboradas. Graças a Deus tive essa oportunidade, estou muito feliz, muito obrigada”, agradeceu.
Diferença
Segundo Yesa, é gratificante ver a renovação da garra e força de vontade no semblante das mulheres que retiram as perucas.
“Por diversas vezes, elas chegam acanhadas, com o olhar baixo. E depois de pegar e colocar as perucas, algumas saem até com um sorriso no rosto. E isso é bom demais”, conta.