Áudios polêmicos de professora sobre estupro geram crise em tradicional colégio de Abadiânia
Instituição já se pronunciou em nota, mas não deixou claro se a profissional foi demitida
Desde a última quarta-feira (04), repercute fortemente nas redes sociais a polêmica aula de uma professora do Instituto Adventista Brasil Central (IABC), em Planalmira, povoado do município de Abadiânia.
Durante uma chamada de vídeo com a turma do 8º ano, uma aluna levantou uma discussão sobre o caso de Mariana Ferrer, que virou notícia nacional após ser humilhada no julgamento do empresário que ela acusa de a ter violentado sexualmente em uma festa, em dezembro de 2018.
A docente decidiu manifestar o que pensava, mas as palavras acabaram gerando uma grande revolta entre os pais e parentes dos alunos que ouviam a aula remota.
“Querem que eu dê minha opinião? Acho que os meninos vão concordar comigo. Muitas vezes, a mulher é realmente culpada de um estrupo, de alguma coisa nesse sentido. Por que a mulher tem que ficar provocando os coitadinhos dos homens?”, questionou a professora.
Segundo a profissional, as mulheres não podem reclamar de assédio se usarem roupas curtas, porque lugar de usar short é apenas na praia.
“Se o homem olha, você ainda vai falar ‘ele é um tarado’. Lógico, ele é homem! Ele tem testosterona!”, afirmou.
Durante o discurso da professora, é possível ouvir quando alguns garotos da turma dão risadas. Por isso, ela finaliza o discurso reafirmando mais uma vez que crimes de cunho sexual são culpa das mulheres.
“Quando um homem fica sexualmente assim, com vontade, ele tem tesão só de olhar a perna da mulher. Depois o homem olha, segue uma mulher dessas, e ela ainda joga na cara dele que ele é tarado. Por que ela não se vestiu decentemente?”.
Os áudios foram tornados publicos por uma digital influencer, que tem dois irmãos na escola e considerou a situação inaceitável. Assista:
O colégio
Com tanta repercussão sobre o caso, vários internautas começaram a pressionar o Instituto Adventista Brasil Central (IABC) para se pronunciar sobre o episódio.
Nesta quinta-feira (05), por meio do Instagram, a instituição divulgou uma nota lamentando a situação e afirmando que não compactua com os pensamentos particulares da professora.
A unidade de ensino não deixou claro se a ação da educadora foi passível de demissão. Informou apenas que ela foi afastada das funções que exercia.