Testemunhas apontaram porque pai causou tantas lesões na filha bebê, em Anápolis
Ainda internada na UTI do HUGOL, a pequena chegou a respirar com a ajuda de aparelhos após chegar quase morta na UPA Pediátrica
Em entrevista ao G1 na quinta-feira (20), a titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Anápolis, Kenia Segantini, deu mais detalhes sobre o caso da garotinha que está há mais de 10 dias internada na UTI do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).
Após cumprir o mandado de prisão contra o pai da bebê, que tem 27 anos e é suspeito de provocar mais de 30 lesões nela, a delegada revelou que as testemunhas ouvidas foram fundamentais para descobrir que o relacionamento do homem com a filhinha não era bom.
“De acordo com testemunhas próximas, no âmbito familiar doméstico dele, ele já não teria afeição pela criança desde o nascimento, teria uma aversão e tudo isso decorrente de um ciúme doentio que ele sente da esposa”, revelou a investigadora.
“Ele sentiria ciúmes da esposa com a própria filha e isso teria dado início a uma rejeição à criança”, acrescentou.
Também durante os depoimentos, Kenia Segantini soube por pessoas que tinham convívio com a família que o genitor da vítima é “altamente impulsivo e explosivo, em seu âmbito doméstico, cuja liberdade lhes gera temor”.
Ele foi preso preventivamente por lesão corporal grave ou gravíssima. A esposa, mãe de criança, também já foi ouvida. Os detalhes, porém, não foram divulgados para evitar o comprometimento da investigação.
Após vários dias em estado grave e respirando com ajuda de aparelhos, o último boletim médico divulgado pelo HUGOL informou que a bebê permanece na UTI, mas com quadro clínico regular e com respiração espontânea.
O caso
No dia 10 de maio, o Corpo de Bombeiros recebeu um pedido de socorro dos pais da bebê, afirmando que ela estava no colo e repentinamente ‘amoleceu’ o corpinho.
Os socorristas levaram a criança para uma avaliação médica e ela já deu entrada na UPA Pediátrica de Anápolis com quadro de convulsões. Foi quando os médicos perceberam que ela tinha mais de 30 lesões, que poderiam indicar maus-tratos.
Com o quadro só se agravando, a paciente precisou ser intubada e transferida para a capital com apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
A Polícia Militar e o Conselho Tutelar foram acionados e levaram o pai da recém-nascida até a Central de Flagrantes. Na ocasião, ele alegou não saber o que provocou tantas lesões na bebê.
Posteriormente, ao ser ouvido pela DPCA, o genitor alegou que poderia ter machucado a menina “sem intenção”.
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