Diego Ganu: o esteticista que faz cinema na pandemia em Anápolis
Com muita imaginação e nenhum recurso público, ele tem conseguido produzir filmes digno de aplausos
Diego Machado do Nascimento, mais conhecido como Diego Ganu, é um esteticista anapolino que recentemente decidiu tirar do papel o sonho de infância de fazer filmes.
Dono de um espaço de beleza masculino, o profissional viu o desejo de criar roteiros cinematográficos se aflorar mais uma vez no final de 2019, quando o estabelecimento foi usado para algumas gravações.
Ele precisava viver essa experiência e participou de uma oficina de cinema. Foi quando se sentiu à vontade para reciclar um roteiro que tinha escrito aos 14 anos, quando estava na escola.
Tomando todos os cuidados de distanciamento social e respeitando os períodos de lockdown, conseguiu fazer o lançamento do primeiro filme.
“Esse é o Olimpianos. Foi lançado há menos de 20 dias e já tem quase 5 mil visualizações no YouTube. Foi bem difícil porque tivemos que gravar tudo em chroma key. Foram 09 meses de produção. Quando a quarentena estava mais rígida, a gente parava e demorou muito. Mas valeu muito a pena e agora quero levar esse trabalho para o resto da vida”, explicou Diego Ganu ao Portal 6.
Por causa de cenas com nudez retratando as mitologias gregas, o esteticista teve dificuldade em preencher um dos papeis do filme. Um dos momentos precisou ser regravado 04 vezes.
Apesar do pequeno contratempo, o resultado ficou exatamente como ele esperava. Todos os atores foram voluntários e são de Anápolis, Goiânia e Brasília.
E o trabalho não parou. Diego já produziu um novo filme, o Kuña, que está pronto e deve ser lançado em breve. O objetivo é sempre divulgar as criações na internet para que mais pessoas possam ter acesso a elas.
Filme bom e barato
Os filmes de Diego são dignos de aplausos e foram feitos com baixo orçamento, já que o esteticista não possui nenhum recurso público e nem parceria com o segmento cultural da cidade para investir nas produções.
Por desenvolver trabalhos no YouTube, já possuía câmeras e iluminação. Os custos para figurinos e chroma key ficaram em aproximadamente R$ 400. Já a parte da edição, eles mesmo se esforçou para aprender e fazer.
“Agora já falei com roteiristas de todo o Brasil para gente continuar se movimentando e crescendo para representar Anápolis. Quero mostrar que no Brasil podemos fazer filmes de qualidade. Podemos fazer trabalhos lindos, baratos e com linguajar mais bonito”, afirmou Diego.