Série de TV explora caso de Clinton com estagiária na década de 1990
Caso motivou até Impeachment do ex-presidente do Estados Unidos que foi aprovado na câmara; no entanto, ele foi absolvido pelo senado
Na esteira do escândalo sexual que atingiu os EUA nesta semana, com a renúncia do governador de Nova York, Andrew Cuomo, após denúncias de assédio sexual, outro episódio notório do tipo volta ao debate com o lançamento da série “Impeachment: American Crime Story”.
A terceira temporada gira em torno do caso entre o ex-presidente dos EUA Bill Clinton (1993-2001) e a ex-estagiária Monica Lewinsky, ela mesma produtora da série. A relação entre os dois veio à tona no início de 1998, e no mesmo ano Lewisnky prestou depoimento em que relatava ter se encontrado ao menos dez vezes com o mandatário, a maioria no Salão Oval.
Incialmente, Clinton negou ter tido “relações sexuais” com a estagiária, em uma declaração judicial gravada em vídeo, no âmbito de um processo por abuso sexual apresentado por Paula Jones contra o ex-governador de Arkansas.
Mais tarde, o então presidente admitiu ter tido relações impróprias. Em um documentário lançado no ano passado, ele justificou sua relação como algo que fez “para lidar com [sua] ansiedade durante anos”. No longa, sua mulher até hoje, Hillary, contou que se sentiu “devastada e ferida de uma forma tão pessoal”.
O relacionamento com a estagiária motivou ainda um processo de impeachment -o presidente foi acusado de mentir sob juramento a respeito do caso. A Câmara dos Deputados aprovou a remoção, mas Clinton foi absolvido no Senado e ficou até o fim do mandato, em 2001.
Segundo a sinopse divulgada pela rede FX, a história será contada sob o ponto de vista das mulheres envolvidas. Além de Lewinsky, vivida por Beanie Feldstein, Linda Tripp (Sarah Paulson) e Paula Jones (Annaleigh Ashford) foram peças-chaves no caso.
Tripp era amiga da estagiária e gravou as conversas e a convenceu a guardar um vestido azul manchado com o sêmen do presidente. Ela entregou as gravações e passou a informação da roupa ao promotor que investigava Clinton por corrupção e assédio sexual.
Já Jones processou o ex-presidente após ter sido levada por um policial, durante um evento em 1991, até o quarto de hotel do democrata, que propôs uma relação sexual e expôs sua genitália.
O papel de Clinton na série, que também adapta o livro “A Vast Conspiracy: The Real Story of the Sex Scandal That Nearly Brought Down a President”, de Jeffrey Toobin, ficou com Clive Owen. A direção é de Michael Uppendahl, e o primeiro episódio vai ao ar em 7 de setembro nos Estados Unidos.
Nas duas outras temporadas, “American Crime Story” abordou as histórias de O.J. Simpson, ex-atleta e ex-ator absolvido em 1995 pelo assassinato da sua mulher, Nicole Brown, e de um amigo dela, e posteriormente condenado em uma ação civil movida pelas famílias das vítimas, e do assassinanto de Gianni Versace.