Funcionários da Urban podem cruzar os braços e entrar em greve, avisa sindicato
Trabalhadores reivindicam reajuste. Empresa diz que só pode conceder se o Poder Público autorizar
O sistema de transporte público em Anápolis pode entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (31). Este foi o aviso do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Anápolis (SITTRA), após uma Assembleia-Geral extraordinária realizada no último domingo (23).
Ao Portal 6, o presidente da entidade, Adair Rodrigues, explicou que a paralisação é uma possibilidade real, caso não sejam atendidos os pedidos de reajuste salarial para os profissionais do ramo.
De acordo com o sindicalista, os motoristas estão recebendo um salário de R$ 2.091,07, fora benefícios sociais, definido para até maio de 2021.
Portanto, desde junho do ano passado se arrasta uma negociação com o poder público, para se reajustar um novo pagamento para os trabalhadores do ramo. O sindicato pede um aumento de 3% acima do índice da inflação.
“Hoje [24 de janeiro], já era para estar parado, mas como nós gostamos muito da cidade de Anápolis e respeitamos a gestão pública, nós demos esse prazo de uma semana”, afirmou o presidente do SITTRA.
Segundo Adair, esse período foi pedido pela prefeitura, para trabalhar e estudar a questão com a Urban, companhia responsável pelo transporte coletivo na cidade, e enviar uma contraproposta.
Em nota oficial enviada à reportagem, o sindicato disse que uma das soluções apresentadas pela gestão municipal foi subsidiar parte dos gastos da empresa, de forma a possibilitar um reajuste justo aos trabalhadores.
“Nós temos uma nova assembleia marcada para o próximo domingo (30), onde essa contraproposta será analisada junto aos trabalhadores. Se ela não estiver à altura [do que foi pedido], pode haver greve, sim. Não tem outra saída”, explicou Adair.
Outro lado
Em conversa com o Portal 6, Carlos Leão, diretor jurídico da Urban, que assegurou o desejo da empresa de trazer uma definição para essa questão e reestabelecer um equilíbrio do transporte público em Anápolis.
“Está previsto por lei que só podemos conceder o reajuste [aos funcionários] se o poder público autorizar. A empresa já enviou vários ofícios ao município, mas não houve manifestações”, argumentou.
O diretor jurídico da Urban ainda afirmou que uma paralisação traria transtornos para a cidade, visto que milhares de usuários seriam diretamente afetados com a decisão.
“O transporte coletivo não pode parar 100%, já que é um serviço essencial e um mínimo tem que ser garantido. Mas a greve seria prejudicial para todo mundo, especialmente para a sociedade, que depende dele no dia-a-dia”, complementou.