MP já abriu investigação para saber por que as cirurgias cardíacas pelo SUS estão paradas em Anápolis
Órgão também tem atuado para conseguir mandados de segurança que garanta a realização imediata para os casos de extrema urgência
Uma das situações que mais representa o drama e ansiedade de algumas famílias de Anápolis neste ano de 2022 é, com certeza, a grande e estagnada fila de espera para a realização de cirurgias cardíacas no município.
A delicadeza da situação é tanta que muitas famílias estão buscando o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), em uma tentativa desesperada de acelerar o processo junto à Justiça e conseguir a realização dos procedimentos.
Diante desse cenário, o Portal 6 conversou com o promotor Marcelo Freitas, titular da 9ª Promotoria de Justiça, responsável pela condução dos casos relacionados às pautas de saúde.
Segundo ele, o MP atualmente trabalha em duas frentes quando o assunto são as cirurgias cardíacas em Anápolis.
A primeira delas, e a mais complicada, é a investigação coletiva, que busca apurar as razões por trás da ausência do serviço e reunir provas qualificadas sobre todo o caso.
“A ação está andando e o nosso principal objetivo com isso é garantir a normalização total do trabalho, em todas as unidades da cidade”, afirmou.
Porém, o promotor explicou estar lidando, de forma simultânea, com situações isoladas que possuem um caráter de urgência muito grande. Isso porque existe uma enorme demanda de pessoas que recorrem ao MP para conseguir um aceleramento a tempo de salvar a vida do paciente.
“Na segunda frente, procuramos atuar nos casos em que a gravidade do quadro não foi adequadamente transposta para a fila de espera, entrando com o mandato de segurança para garantir um atendimento mais imediato”, contou.
Vários destes pedidos foram atendidos pelo Poder Judiciário, que concedeu liminares no caráter de urgência. De acordo com Marcelo Freitas, essas decisões vem sendo cumpridas de forma voluntária pela Prefeitura de Anápolis.
“Nessas situações de fila, não significa que o município se recusou a prestar o serviço, mas sim que algo impediu a continuidade dele. É o que estamos investigando de maneira coletiva e o que procuramos resolver o mais rápido possível”, argumentou.
“Os pedidos individuais seguem sendo trabalhados, mas com muita responsabilidade e cautela, porque não podemos modificar a ordem de urgência dos casos pendentes”, completou.