Mortes por Covid-19 acendem alerta em Anápolis e especialista explica por que população perdeu o medo da doença
"Vale lembrar que ninguém está isento de pegar a doença", afirmou Luis Filipe Jacomossi
O número de casos de Covid-19 confirmados em Anápolis começou a ter uma queda considerável em Anápolis a partir deste mês de fevereiro.
Prova disso é o Painel da Covid, plataforma online de monitoramento da pandemia no município que mostra que, durante os mesmos primeiros 10 dias de cada mês, houve uma diferença de mais 2.800 diagnósticos positivos entre janeiro e fevereiro.
Tendo a transmissão impulsionada durante o final de 2021, muito por conta das aglomerações excessivas durante os feriados de fim de ano bem em meio à propagação da variante Ômicron, o vírus marcou forte presença entre os moradores de Anápolis.
Atualmente, a quantidade de infecções se apresenta bem menor na cidade. Contudo, uma estatística ainda mais preocupante voltou a ganhar destaque nos registros.
Se trata do número de óbitos pela doença que, apenas até esta sexta-feira (11), alcançou a marca de 13 fatalidades.
Para fins de comparação, este quantitativo – registrado em pouco mais de um terço do mês – já é maior que todas as mortes por Covid-19 nos meses de novembro e dezembro do último ano, ainda de acordo com os dados do site.
A fim de entender melhor o cenário atual da doença, assim como o fenômeno de “perda de medo” por parte da população, o Portal 6 conversou com o médico Luis Filipe Jacomossi, especialista em medicina de família.
“Após uma alta de casos, os óbitos continuam elevados por um momento, mesmo com a baixa nas contaminações. Até porque as pessoas que estão morrendo tiveram uma complicação maior no processo, que perdura por mais dias e semanas”, explicou.
“O povo acaba perdendo o medo por conta da percepção de menos casos e também por observar que, muitas vezes, os conhecidos que se contaminaram não foram hospitalizados. E isso resulta uma falsa percepção de segurança”, afirmou ainda o especialista.
O médico reforçou também que, apesar de menos letal, a alta facilidade que a variante Ômicron tem de se transmitir praticamente compensou a realidade dos números absolutos de outras fases e ondas da pandemia, contrapondo a promessa de que a variante não era capaz de causar os mesmos danos.
“Vale lembrar que ninguém está isento de pegar a doença, mas os vacinados saem muito na frente no combate aos sintomas e agravamentos”, finalizou.