Dra. Gina explica o aumento de casos de sequelas da Covid-19 em crianças e faz alerta aos pais
Médica pediátrica também ressaltou a importância da vacinação nos pequenos, de 05 a 11 anos
A Covid-19 é uma doença que não escolhe idade. Desde as crianças até aos mais velhos a enfermidade atinge a todos.
Nos pequenos, as sequelas causadas pelo coronavírus têm chamado a atenção. Em alguns casos, eles ficam com efeitos prolongados nas 12 semanas seguintes a contaminação.
A fim de entender o que está ocorrendo, o Portal 6 conversou com a médica pediatra Gina Tronconi que tentou responder algumas destas questões.
“Às vezes nós temos crianças que tiveram Covid e a mãe nem percebeu. Foi apenas um quadro gripal simples e algumas semanas depois essa criança adoece e desenvolve um quadro multissistêmico, principalmente os pulmões”, disse.
No entanto, como não houve o diagnóstico inicial de Covid-19, há uma dificuldade de associar o problema inicial como a Síndrome Inflamatória Multisisstêmica Pediátrica (SIM-P).
“Muitas vezes nós temos dificuldades de dizer que é a Covid que fez isso, mas o quadro é de uma pneumonia, com inflamações graves, manifestação sistêmica de inflamação de rins, problemas hepáticos”, afirmou.
Recentemente teve início a vacinação contra a doença para crianças de 05 a 11 anos. Entretanto, a porcentagem vacinada ainda é baixa. A médica fez um apelo aos pais para que levem os pequenos para serem imunizados.
“Eu sempre falo que a gente tem vacinas contra uma doença que mata como nós temos diversas em nosso calendário. Nós somos referências na vacinação infantil, se nós temos vacinas por que não vacinar? Se nós podemos salvar uma vida, temos que salvar”, pediu a pediatra.
“Não acreditar em fake news, em histórias mentirosas que estão sendo divulgadas. Realmente a vacina protege contra a doença grave tanto na criança quanto no adulto. Nós mesmos que já tivemos a Covid-19 de forma mais grave ele pode se contaminar novamente, mas o risco de morte é baixo”.
Coincidentemente, o aumento do número de casos nas crianças aumentaram com o surgimento da variante Ômicron.
Apesar de ainda não haver comprovação científica, Gina acredita que há sim uma relação entre as duas situações.
“Não se tem nada comprovado em relação a Ômicron. É notório a contaminação maior por essa variante, esse fato ainda está em estudo, mas com certeza essa variante acomete muito mais as crianças do que as demais. A gente vê um número maior de contaminação e crianças internadas”, explicou.