”Preocupação” de anapolinos no Twitter com a Ala 2 não deve ser levada a sério, diz especialista
Coordenadora do curso de Relações Internacionais da UniEVANGÉLICA, Mariana Rezende Maranhão lembra que o Brasil não ganharia nada entrando na guerra entre Rússia e Ucrânia
Nas últimas horas, o assunto mais comentado ao redor de todo mundo foi o ataque russo contra a Ucrânia. E o tema também não passou desapercebido pelos anapolinos no Twitter.
Foram vários os usuários que não pouparam esforços para usar a rede social apenas para comentar o quanto estavam assustados com a situação.
Isso porque, por Anápolis possuir a Base Aérea e estar tão perto de Brasília, a capital brasileira, muitos temem que, caso o Brasil se envolva em qualquer conflito, em algum momento da história, a cidade seria a primeira a ser afetada. Veja as principais reações:
Coordenadora do curso de Relações Internacional da UniEVANGÉLICA, a doutora Mariana Rezende Maranhão da Costa afirmou ao Portal 6 que esse temor é infundado, principalmente porque o conflito está concentrado na Europa.
“Acho improvável pensarmos em algum reflexo para Anápolis. Apesar de sermos sede da base aérea, o Brasil muito dificilmente mandará pessoas para uma guerra lá na região da Rússia”, explicou.
“Para tomarmos essa proporção de se preocupar com relação a Anápolis, teria que ser uma guerra com proporções mundiais. Por enquanto, está centralizada ali na região do Leste europeu, então não vejo motivos da população se preocupar”, acrescentou.
Entenda o caso
De acordo com Mariana Rezende o ataque russo foi ordenado em regiões ucranianas reconhecidas como independentes, porém também existem registros de invasões na capital Kiev, inclusive no aeroporto.
“Os ataques têm o objetivo de derrubar o governo ucraniano, pois [o presidente Vladimir] Putin afirma ser uma cúpula corrupta, que não representa os interesses da região”, explicou a doutora.
Conforme a especialista, por ter feito parte da ex-União Soviética e depender em parte da energia fornecida pela Rússia, a Ucrânia sempre foi alvo de interesse.
“Vladimir Putin vê a região como estratégica e importante para o fortalecimento da Rússia enquanto potência mundial. Inclusive, a Rússia é responsável por fornecer energia para quase 20% da Ucrânia, então a Ucrânia não tem muitas condições de sozinha suportar uma guerra contra a Rússia”, disse.
Os primeiros ataques na Ucrânia ocorreram na madrugada desta quinta-feira (24) e, inicialmente, as informações são de que mais de 60 pessoas, entre militares e civis, morreram.