Casos de dengue sobem 200% em Anápolis e deixam unidades de saúde sobrecarregadas
UPA Pediátrica é o maior exemplo, registrando 10 mil atendimentos somente no último mês. Novas medidas para aliviar o sistema deverão ser anunciadas em breve e a Semusa pede que a população também colabore para evitar criadouros do mosquito
Balanço da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) apontou que nos primeiros três meses de 2022 as notificações de casos de dengue superaram a marca de 200% em relação ao ano passado. E uma das principais consequências notadas pela pasta está sendo a sobrecarga das unidades de saúde da rede, que têm sido bastante procuradas por pacientes com sintomas.
Segundo a Semusa, a UPA Pediátrica é o maior exemplo desta situação com o número de crianças com suspeita da doença tendo aumentado significativamente. No mês de março, conforme a unidade, foram mais de 10 mil crianças atendidas — um volume bem acima da média mensal, que gira em torno de 4,2 mil atendimentos.
“Devido ao período chuvoso, à sazonalidade e ao ciclo do mosquito, que aumenta a sua incidência a cada dois anos, o crescimento em 2022 é inevitável”, explica o secretário municipal de Saúde Júlio César Spíndola, ressaltando que não é só a UPA Pediátrica que apresenta sobrecarga no atendimento.
Conforme o titular da pasta, a UPA da Vila Esperança e a unidade do Parque Iracema também dobraram o número de atendimentos por causa do avanço das notificações. Isso porque a Semusa, como lembrou Júlio, ampliou o atendimento a casos leves em todas as unidades básicas de saúde.
“As notificações de dengue têm aumentado consideravelmente, mas não podemos esquecer as outras patologias. Por isso, pedimos à população que nos ajude na guerra contra o mosquito. Sem a conscientização da comunidade, não conseguimos vencer essa batalha”, ressaltou.
O secretário também anunciou que, nos próximos dias, novas estratégias para conter a sobrecarga no sistema deverão ser tomadas por parte da Administração Municipal, mas é necessário também que a população faça o seu papel, evitando criadouros do mosquito.
“Mesmo com os esforços dos agentes de endemias e da Prefeitura de Anápolis, 80% das residências e estabelecimentos visitados apresentam focos do Aedes aegypti”, alertou.