Avó que sumiu com netas em Anápolis teve depressão agravada pela Covid-19, diz delegado
Laudo psiquiátrico, que deve selar o destino de Tasmania, já foi solicitado pela Polícia Civil
As meninas Júlia e Isabella, de 06 e 11 anos, e a avó delas, Tasmania Silva, de 45, que ficaram desaparecidas por uma semana, foram encontradas depois que a menina mais velha foi reconhecida por um adolescente, nas proximidades de uma propriedade, em Goianápolis.
O garoto então conseguiu conquistar a confiança da menina e a convidou para entrar na residência. As autoridades foram acionadas em seguida e realizaram o resgate das três.
Esses e outros detalhes foram revelados nesta quinta-feira (07), durante uma entrevista coletiva com o delegado Rodrigo Arana, responsável pelo caso.
De acordo com o investigador, uma das meninas até revelou ao pai que ouvia gritos durante as buscas, mas tinham as bocas tampadas pela avó sempre que tentavam responder.
O motivou que levou ao sumiço ainda é uma incógnita, mas pelo estado debilitado em que foi encontrada, Tasmania precisou ser internada provisoriamente em um hospital psiquiátrico de Anápolis.
“Eu pude perceber que ela apresentava problemas latentes, aparentes de distúrbios psicológicos. Porque a fala era desconexa. Ela não se conectava com a realidade, não conseguia concatenar as ideias e as informações”, afirmou o delegado.
Ainda segundo Rodrigo Arana, a avó das crianças enfrenta problemas com depressão que teriam sido agravados depois que teve Covid-19.
A família não teria conhecimento da gravidade da situação e, por isso, nunca existiu um receio para que não ficasse sozinha com as crianças.
Agora, a Polícia Civil aguarda um laudo psiquiátrico para saber se, durante o desaparecimento, a mulher tinha capacidade para entender que sumir com as crianças era uma condutor criminosa.
“Se ficar comprovado que tinha, ela deve responder criminalmente. Agora, se ela não tinha a capacidade de entender, posteriormente, em sede judicial, ele pode ficar isenta de pena”, explicou.