Homem que provocou morte de idosa no HUGO pode ter problemas mentais graves
Investigações também apontam falhas do hospital ao permitir que ele entrasse em uma área restrita do hospital
A Polícia Civil (PC) de Goiânia confirmou que investiga a possibilidade do homem envolvido na morte de Neuza Cândida, idosa de 75 anos, no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), ter problemas mentais graves.
Ao Portal 6, o delegado responsável pelas apurações do caso, Rhaniel Almeida, argumentou que o suspeito, de 47 anos, prestou um depoimento confuso e ilógico.
“Ele disse que foi ao hospital procurando emitir uma segunda via dos documentos, que teriam sido furtados. Além disso, ele afirmou que tentava ajudar a mulher porque ela lembraria fisicamente a mãe dele, que já faleceu”.
“Ele também deu versões diferentes. Para mim, ele disse que apenas tentou colocar um aparelho respirador na boca da idosa. Mas para o psicólogo que o ouviu, ele falou que mexeu na boca, garganta e no buraco da traqueostomia”.
Ainda de acordo com o delegado, o profissional de saúde ouvido apontou que o homem apresenta traços de problemas psicológicos graves, com suspeita de esquizofrenia.
O investigado também teria admitido à investigação que seria usuário de entorpecentes e estaria vivendo nas ruas há alguns meses.
Rhaniel explicou que a perícia apontou, em um laudo preliminar, que não houve asfixia e que não existem lesões externas importantes que justifique o falecimento da vítima.
“Mas ainda assim, não afasta a possibilidade de ser homicídio, visto que o estado de saúde da idosa era muito frágil, o quadro era considerado paliativo [incurável] e os movimentos que ele fez podem ter ocasionado a morte”, complementou o delegado.
Ele afirmou também que será necessário um laudo complementar para apurar a causa do óbito de Neuza.
Falha de segurança
O delegado Rhaniel Almeida ainda afirmou que houve uma falha de segurança do HUGO, ao permitir que o homem adentrasse uma área restrita do hospital.
Inclusive, a presença não autorizada do morador de rua teria sido percebida pelos funcionário apenas após a confirmação da morte da idosa.
“Em momento algum ele tentou fugir, ou esboçou alguma reação. Ele ficou ao lado do corpo o tempo inteiro. Apenas quando o hospital verificou que ele não era um acompanhante que a polícia foi acionada”, detalhou o delegado.