Desafio para as grandes cidades, acessibilidade nas vias públicas é um problema em Goiânia
Falta de planejamento urbano prejudica aplicação de medidas para garantir conforto de população com limitações físicas ou visuais
Pauta cada vez mais frequente e em destaque, a acessibilidade é uma questão importante entre a população de Goiânia.
Uma das principais discussões é em relação aos pisos táteis, item essencial para o deslocamento de deficientes visuais.
Em alguns casos, a marcação nas calçadas, feita para auxiliar na locomoção, pode acabar gerando uma dor de cabeça, por acabar de forma súbita, deixando a pessoa necessitada sem orientação.
Dessa forma, o Portal 6 conversou com Eline Maria Mora, professora de Arquitetura e Urbanismo na Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG) para entender que questões podem acabar interferindo no bom funcionamento da medida de acessibilidade.
Ela explicou que colocar o piso tátil nas calçadas é resolver apenas uma das problemáticas envolvidas nessa questão do deslocamento acessível na cidade.
“As calçadas, de modo geral, são de péssima qualidade. A circulação à pé acaba ficando restrita, por falta de um planejamento e uma priorização ao deslocamento de automóveis na cidade”.
“Para que a aplicação [do piso tátil] cumpra a sua função, tem que existir um padrão. Não adianta colocar o piso em um ponto e no lote seguinte não ter uma continuidade, por exemplo”, complementou.
Eline pontuou também que, para garantir uma acessibilidade mais ampla em Goiânia, deve respeitar o direito de locomoção com autonomia, segurança e conforto para todos os habitantes.
Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh) destacou, em nota ao Portal 6, que existem ações práticas para reduzir as desigualdades sociais na circulação das vias pedestres.
A pasta apontou que, através de um decreto municipal, desde novembro de 2015 é exigido que os proprietários de imóveis adequem as calçadas para respeitar a Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 9050 e o Estatuto do Pedestre, de 2008.
Além disso, foi sancionada em 2019 a Lei Complementar n. 324, que também estabeleceu normativas para garantir as adaptações necessárias nos passeios públicos.
Por fim, a nota da Seplanh complementa afirmando existir mais de 100 mil calçadas seguindo essas determinações na capital goiana.