Com preço nas alturas, Anápolis pode perder liderança na produção de bananas
Item foi o que mais variou em pesquisa do Procon e pesa na cesta do consumidor, mas produtores se eximem de culpa
Se antes a expressão “preço de banana” significava algo barato, a situação atual prova o contrário.
Com grande parte dos 2,5 mil estabelecimentos produtores da fruta em Goiás, Anápolis é líder no estado. Apesar disso, este foi o alimento que mais sofreu variação dentre os itens da cesta básica na cidade.
De acordo com dados do Procon, apurados no dia 2 de maio, o preço variou 110%, com valores entre R$ 2,99 e R$ 6,29.
A alta do preço, que faz os consumidores suarem para encontrar o valor mais baixo, segundo o produtor rural Marcos Antônio de Sousa, não é sinônimo de lucro para o agricultor.
“O produtor hoje é o sacrificado, além da falta de chuva e frio, o adubo está muito caro. Recebemos de R$ 1,00 a R$ 1,50 pelo quilo. Você vai ao mercado e está custando R$ 4,50”, afirmou ao Portal 6.
Segundo ele, os meses de janeiro e fevereiro foram mais generosos com o agricultor, quando o quilo estava sendo vendido a R$ 2,50 para os compradores intermediários.
Além disso, a forte concorrência dos estados do Nordeste, em especial a Bahia, e do Norte, como Tocantins, coloca em risco o posto de liderança do município.
“Anápolis tem uma localização geográfica privilegiada, no centro do estado. Enviamos principalmente para Mato Grosso, Tocantins e Pará. Temos terras férteis que dão continuidade para o pequeno produtor, o que é vantajoso”, explicou.
“Porém, o que também influencia [no preço] é a vinda de frutas de outros estados. Nosso principal concorrente, a Bahia, tem projeto de irrigação gigantesco subsidiado pelo governo estadual”, continua Marcos Antônio.
Esse tipo de iniciativa, além de ajudar o produtor economicamente, aumenta consideravelmente a produtividade, de forma rápida e eficiente.
“Existem alguns projetos aqui no estado, em Flores de Goiás, por exemplo, mas são direcionados para a soja e arroz, principalmente. Os outros estados foram para as frutas, no Nordeste e em Minas Gerais”, continua.
“Com esses projetos fazendo o preço inicial baixar lá fora, a gente tem que baixar aqui. Muito produtor vai sair, e Anápolis deixar 1° lugar”, concluiu.