“Era meu companheiro da vida”, diz mãe que teve filho atropelado por motorista bêbado em Anápolis
Suspeito do crime foi liberado após pagar fiança de R$ 2 mil e o caso não foi sequer registrado como homicídio na delegacia
A família de Cesar Sakai de Meireles Reis, de 24 anos, está indignada depois que o motorista que atropelou o jovem, na noite de sábado (21), no viaduto do Recanto do Sol, foi solto.
O homem pagou fiança de R$ 2 mil depois de ter sido encaminhado à Central de Flagrantes e o caso não ser sequer registrado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Ele foi acusado apenas por embriaguez ao volante e por fugir sem prestar socorro.
Já abalada com a trágica perda do rapaz, a família não escondeu a dor ao saber que o suspeito não responderia pela morte de Cesar.
Ao Portal 6, a mãe da vítima, Tamae Sakai, contou que se sente “indignada, revoltada e muito triste”, e lamentou profundamente a forma com que o caso foi tratado.
“Perdi meu único filho. Ele era meu companheiro da vida toda. E quanto a fiança? Valor nenhum poderia ter sido estipulado porque ele matou, fugiu e ainda fez de conta que não sabia de nada”, disse.
O pai do jovem, Julio Cesar Akizuki Reis, também muito abalado, contou ao Portal 6 como o filho era e afirmou que não só ele, como todos os entes próximos, estão muito indignados e prontos para irem atrás de justiça.
“Um rapaz muito extrovertido, só vivia sorrindo. Não tinha clima ruim para ele, tempo ruim. Prestativo demais, ele era um moleque muito bom”, descreveu.
O genitor também não escondeu a revolta com motoristas que insistem em dirigir sob efeito de álcool e pediu consciência aos condutores.
“Se a gente não correr atrás, se todos não se comoverem, esse pessoal não vai ver que tem lei, que vão ser punidos e vão continuar desse jeito. Meu filho só vai se tornar uma estatística”, pontuou.
Julio Cesar ainda lamentou profundamente a morte tão trágica do rapaz. “Isso é uma ferida que não vai cicatrizar nunca! Vai impactar para o resto da vida. É sem palavras para descrever”.
A reportagem também esteve em contato com a Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT), que deverá autuar o condutor do caminhão por homicídio doloso, uma vez que ele não prestou socorro e teria assumido o risco de matar ao dirigir embriagado.