Preço do leite dispara e pode chegar a R$ 7 em Goiás
Nova elevação dos combustíveis é um dos fatores que influenciam na cadeia
Uma das principais preocupações dos goianos nos últimos meses é a alta no preço dos alimentos. O litro de leite longa vida, por exemplo, pode chegar a R$ 7 em pouco tempo.
A sempre alta procura pelo alimento, junto com o elevado custo da produção e a queda na oferta, faz com que os valores cheguem a patamares nunca vistos.
Somente em 2022, o preço do produto subiu 21,3% em Goiás. Em Anápolis, alguns mercados chegaram perto da barreira dos R$ 6, em maio.
Presidente da Comissão de Pecuária Leiteira da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e produtor em Orizona, Vinicius Correia, afirma que, com o novo reajuste do diesel, a tendência é piorar.
“Tudo aumentou demais. Os insumos aumentaram bastante, a alimentação dos animais. Houve um grande desanimo, por conta do alto custo e baixa rentabilidade”, disse ao Portal 6.
Nesta sexta-feira (17), a Petrobras anunciou um aumento de 14,26% no preço do diesel para as distribuidoras. Essa medida deve afetar diretamente os custos da produção e o valor dos alimentos.
“Agora que está começando a melhorar, mas vai ter outro aumento nos combustíveis. Daqui uns dias vai ter leite de R$ 7,00. A oferta está muito baixa e muitos pararam de produzir”, projetou.
Além do diesel, os grãos ocupam grande parte do orçamento da produção leiteira. Segundo Vinicius, cerca de 60% dos custos é em alimentação.
“Influencia bastante, porque a alimentação do gado é toda em grãos. Nos últimos dois anos triplicou de preço da soja e do milho, tudo três vezes mais caro. Energia elétrica aumentou, mão de obra também. Precisamos repassar para os funcionários”, explicou.
Os problemas são evidentes, mas a solução tanto para os produtores, como para os consumidores, parece distante.
“É complicado porque nós dependemos de commodities. A gente compra o produto em dólar e vende em real. Dependemos do mercado externo”, concluiu.