Os tristes depoimentos de anapolinos que sofrem com aumento dos combustíveis
Motoristas lamentam novo reajuste da Petrobras, que torna o produto cada vez mais inacessível
O novo reajuste no preço dos combustíveis, em vigor desde sábado (18), pesa no bolso dos motoristas anapolinos, que não escondem a insatisfação com os valores elevados.
Nas distribuidoras, o litro da gasolina saiu de R$ 3,86 para R$ 4,06, um aumento de 5,18%. Nos postos, o consumidor já paga quase R$ 8.
Quem depende do combustível para trabalhar sofre ainda mais. É o caso do motorista de aplicativo Hélcio Pacheco, de 60 anos. Ao Portal 6, ele contou que a situação dos trabalhadores da classe é cada vez mais difícil.
“É sensível. Como os caminhoneiros, a gente depende muito do valor do combustível. São significativos para nós os reajustes que estão acontecendo ultimamente”, disse.
Hélcio é aposentado e trabalha com aplicativos de corrida para complementar a renda da família, mas entende que a situação é pior para muitos.
“No meu caso ainda dá [para continuar na área] porque eu tenho uma aposentadoria. Imagino que quem tenha que sustentar uma família só sendo motorista, precisa trabalhar entre 12 e 14 horas por dia”.
Por fim, ele afirmou que os esforços de companhias como a Uber e 99 Pop ainda não são suficientes para normalizar a situação dos colaboradores.
“Você sai de uma gasolina que já foi na faixa dos R$ 5 para R$ 7, isso impacta nos custos. Os aplicativos vão tentando criar modos de fazer alguns reajustes, mas acaba que no final não acompanha”, concluiu.
Quem também encara a dura realidade é Paulo Eduardo, de 36 anos. Ele trabalha há dois e meio como motorista. À reportagem, o profissional contou que aproveitou as últimas horas do valor anterior para encher o tanque.
“Aumentou, infelizmente. Abasteci ontem com o preço antigo. Meu carro até rende bem. O pior é que aumentando o combustível, automaticamente tudo aumenta. E a locomoção é muito dependente”, explica.
Economizar tem sido o mantra de diversos brasileiros atualmente. Nilza Sales, de 47 anos, conta que abastece apenas o suficiente para ir e voltar do serviço.
“Percebi muita diferença no decorrer do ano. As contas estão mais apertadas, principalmente para as donas de casa, que têm filhos e pagam aluguel. Fica muito difícil”, lamentou.
“Vejo no dia a dia. Tem que economizar em tudo, inclusive no combustível. Não dá mais para encher o tanque, só a quantidade para ir trabalhar mesmo”.