Empresários calculam prejuízos de imagem após ação da PF sobre bolsonaristas
Presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico, José Ricardo Roriz, criticou a medida
JOANA CUNHA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A operação da Polícia Federal sobre empresários bolsonaristas do grupo de Whatsapp que trocou mensagens a favor de um golpe de Estado foi recebida com preocupação no empresariado.
A avaliação é que o caso pode piorar a imagem dos negócios no país diante do investidor estrangeiro e aprofundar a percepção de instabilidade política às vésperas da eleição.
O presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), José Ricardo Roriz, criticou a medida.
“Fiquei perplexo que conversas entre amigos no WhatsApp tenham sido motivo de busca e apreensão, acesso a contas pessoais e outros excessos. O objetivo é tensionar ainda mais o país até ver onde a corda arrebenta?”, afirma Roriz.
Outros representantes do setor privado dizem ter preocupação com os prejuízos de imagem que podem recair sobre as empresas cujos donos estão envolvidos nas mensagens. Entre os alvos, há grandes negócios de setores como construção, shoppings e restaurantes.
Os nomes abrangem Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Sierra, Meyer Nigri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu.
Nesta terça (23), a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), que reúne mais de 11 mil estabelecimentos no país, saiu em defesa de Afrânio Barreira. Para o presidente da entidade, Barreira é bolsonarista, mas não estaria associado a golpe.
Procurados pela reportagem, o Sinduscon (sindicato da construção) não quis se manifestar sobre a ação da PF. O Secovi-SP (Sindicato da Habitação) disse que “não cabe a seus dirigentes comentar opiniões pessoais”.
A assessoria da Abrasce (associação de shoppings) disse que é a Multiplan quem comenta o assunto.