Como os cortes de recursos das universidades e institutos impactam na vida socioeconômica de Goiás
Em entrevista coletiva, reitores falaram das dificuldades que estão sofrendo neste ano e ainda dão prognóstico ruim caso orçamento não seja revisto
As consequências das reduções anuais nos repasses dos recursos para institutos e universidades federais de Goiás vão para muito além do malabarismo de gestão de planilhas cheias de números. A frieza para saber lidar com essa situação para por aí.
Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (18) reitores das unidades de ensino: Instituto Federal de Goiás (IFG), Instituto Federal Goiano (IFGoiano), a Universidade Federal de Catalão (UFCAT), a Universidade Federal de Goiás (UFG) e Universidade Federal de Jataí (UFJ) – desabafaram sobre os problemas enfrentados dentro de suas fronteiras e as reverberações para a comunidade como um todo.
Conforme a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, boa parte das pesquisas realizadas na rede pública de ensino superior contribuem para a evolução da economia do estado, como agronegócio e indústrias de forma geral. Além disso, estudos desenvolvidos dentro dos laboratórios e em sala de aula, não raros, se tornam ferramentas de políticas públicas como soluções de entraves urbanos.
“Somos grandes parceiras dos poderes públicos ao apresentarmos soluções. Isso pode ser visto durante a Covid-19 e também em questões ambientais como resíduo sólido, por exemplo”, diz. Ela ressalta que se o orçamento não for revisto pode resultar em interrupção de um tipo de trabalho que demoraria a se recuperar.
Conforme os professores, as instituições conseguem direta ou indiretamente alcançar todos os municípios de Goiás. Dessa forma, ajudam na formação de Arranjos Produtivos Locais (APLs), já que ‘enxergam’ com mais clareza e praticidade as necessidades de cada região. “Dessa forma a comunidade vai sendo assistida no local de influência dessas universidades”, ressaltou o reitor da UFJ, Américo Nunes.
Ele lembra ainda dos serviços como assistência psicológica ofertados à comunidade, além do próprio atendimento do Hospital das Clínicas.
Quando se trata do dia a dia dos camping, há uma extensa cadeia econômica envolvendo funcionários terceirizados, prestadores de serviços e de insumos. Que, assim como os gestores, vivem numa espécie de corda bamba da insegurança. “Hoje temos escolher o que vamos pagar e há muita gente que depende da gente. Se há bloqueio ou corte, é necessário fazer escolhas”, diz a reitora da UFCAT, Roselma Lucchese.
Assim, as contas nos próximos meses não devem fechar e a escolha foi por viabilizar os estudos dos alunos de baixa renda – deixando para trás patrimônio, obras inacabadas, adequações estruturais exigidas pelo Corpo de Bombeiros, manutenção diária como limpeza, lâmpadas e banheiros, por exemplo.
Cortes
Conforme Angelita, o corte no orçamento vem ocorrendo após 2016 que, ao considerar também 2015, foram os mais robustos. Atualmente, em 2022, esse valor caiu pela metade.
Em 2012, juntos, os institutos perderam R$ 17 milhões.