Terremoto deixa mais de 1.400 mortos e milhares de feridos na Turquia e na Síria

O epicentro do sismo foi registrado na região entre as cidades turcas de Gaziantepe e Kahramanmaras, a uma profundidade de 10 a 24 quilômetros, de acordo com os serviços geológicos dos EUA e da Alemanha

Folhapress Folhapress -
(Foto: Reprodução/Twitter)

Um terremoto de magnitude 7,8 matou mais de 1.400 pessoas na Turquia e na Síria, segundo balanço de autoridades locais. O tremor foi sentido na madrugada desta segunda (6), noite de domingo (5) no Brasil.

Pelo menos 912 pessoas morreram na Turquia, de acordo com o presidente Recep Tayyip Erdoğan, no pior evento do tipo no país desde 1939. Já na Síria, o regime de Bashar al-Assad soma mais de 339 vítimas. Há, ainda, 221 mortos no noroeste sírio, controlado por rebeldes, segundo equipes de resgate.

Ainda segundo Erdogan, mais de 5.000 pessoas ficaram feridas e ao menos 2.818 prédios desabaram em meio ao tremor. Na Síria, o número de feridos chega a 1.087, de acordo com um assessor do Ministério da Saúde. Centenas de vítimas ainda estão nos escombros, e as cifras de mortos e feridos podem aumentar.

O epicentro do sismo foi registrado na região entre as cidades turcas de Gaziantepe e Kahramanmaras, a uma profundidade de 10 a 24 quilômetros, de acordo com os serviços geológicos dos EUA e da Alemanha. Os tremores puderam ser sentidos na capital turca, Ancara, no Chipre, no Líbano e também no Iraque.

Horas depois do episódio, a mídia estatal ligada ao regime de Assad informou que um tremor foi sentido na capital Damasco, sem fornecer detalhes sobre a magnitude. Por volta das 8h desta segunda-feira, no horário de Brasília, um novo sismo de magnitude 7,5 também foi detectado no sudeste da Turquia.

O primeiro terremoto ocorreu às 4h17 (22h17 em Brasília), e imagens nas redes sociais logo mostraram os efeitos imediatos da tragédia, com o desabamento de construções. A transmissão da rede de TV estatal TRT exibiu moradores saindo às ruas sob neve para avaliar os estragos em alguns locais, assim como ocorreu em Damasco, onde relatos dão conta de desmoronamentos nas cidades de Aleppo e Hama.

Também houve sismos secundários, cerca de dez minutos depois do primeiro, de magnitudes que chegaram a 6,7, de acordo com a agência de notícias Associated Press. Segundo testemunhas relataram à agência de notícias Reuters, o tremor durou cerca de um minuto.

Erdogan manifestou solidariedade às vítimas e destacou que os serviços de emergência e resgate vão trabalhar em conjunto sob coordenação da Autoridade de Gerenciamento de Desastres e Emergências. “Esperamos superar esse desastre juntos, o mais rapidamente possível e com o mínimo de danos.”

A região de Gaziantepe, muito atingida, é um importante centro industrial da Turquia. Atravessado por grandes falhas geológicas, o país está entre os mais propensos a tremores no mundo. Em 1999, um sismo de 7,4 sacudiu Izmit, no noroeste, causando mais de 17 mil mortes e mais de 500 mil desabrigados.

Em 2011, um tremor de 7,1 na província de Van matou mais de 600 pessoas. Em janeiro de 2020, 40 pessoas morreram durante um sismo de magnitude 6,8 na província de Elazing. Meses depois, em novembro, novo episódio em Esmirna fez quase cem vítimas e provocou um minitsunami que inundou cidades próximas e provocou danos severos na costa da Grécia.

A Turquia está sobre o encontro de duas placas tectônicas —uma espécie de bloco que flutua sobre o manto, uma das camadas no interior da Terra. As placas podem se mexer, de forma divergente (movendo-se em direções contrárias), convergente (chocando-se uma contra a outra) e transformante (movendo-se lateralmente); os dois últimos movimentos costumam causar terremotos.

Diversos países manifestaram solidariedade e se prontificaram a enviar ajuda. O governo de Vladimir Putin, na
Rússia, disse que dois aviões Ilyushin-76, da era soviética, estão com equipes de resgate disponíveis para voar para a Turquia. O russo tem importantes laços com Bashar al-Assad, que apoia na guerra civil síria, e com Erdogan, que flerta entre a Otan, a aliança militar ocidental, e Moscou.

Na mesma toada, o governo da Ucrânia também se prontificou a enviar “um grande grupo de resgate”.

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou o envio de equipes de emergência à Turquia e disse que pretende fazer algo semelhante pela Síria. A União Europeia, por sua vez, afirmou que dez times de resgate foram mobilizados de Bulgária, Croácia, República Tcheca, França, Grécia, Holanda, Polônia e Romênia para apoiar os esforços na Turquia.

 

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