Goiana enfrenta verdadeira luta para que filha com autismo receba auxílio dentro da escola
Criança, de apenas 05 anos, sofre para aprender e já foi vítima de injúrias até de diretora de instituição de ensino
Uma mãe de Cachoeira Alta, município no Sul Goiano, está enfrentando uma verdadeira luta para conseguir que sejam cumpridos os direitos da filha, de 05 anos, com Transtorno de Espectro Autista (TEA).
Ao Portal 6, Kycilla Martins explicou que está precisando bater de frente com a Prefeitura da cidade para conseguir que a pequena Allicy de Oliveira Martins Queiroz consiga um profissional especializado em sala de aula, que possa acompanhá-la durante o processo de aprendizagem.
“Na lei está previsto que pessoas com o Transtorno do Espectro Autista podem solicitar um acompanhante na escola. Só que, quando eu matriculei ela em uma escola particular, eles nunca disponibilizaram um auxiliar”.
Isso foi no início de 2022. Por volta de setembro, a mãe transferiu a criança para um CMEI, onde chegaram a colocar um funcionário para atendê-la, mas sem especialização alguma.
Assim, a garota continuou indo para as aulas, mas, sem receber a devida instrução, continuou sofrendo para se adaptar ao ambiente de ensino.
“Eu cheguei a prestar um boletim de ocorrência por injúria de uma diretora, e outro pois um dia ela voltou com escoriações. Aí eu transferi para um outro CMEI, onde a avó dela é professora, mas não tem auxiliar para ela”.
Urgência
Em 2023, Kycilla enviou um protocolo à Prefeitura, pedindo para que fosse finalmente disponibilizado um auxiliar para a filha. No entanto, ainda não houve uma resposta oficial.
“Na última conversa que tive com o gestor do município, por WhatsApp, ele disse que uma nova contratação estava fora de cogitação para os próximos dois meses”.
Entretanto, a mãe afirma que não pode esperar mais tempo, visto que a falta de um profissional adequado prejudica muito o aprendizado da criança.
“Ela acaba tendo crises mais recorrentes, sai de sala sem o professor ver, está mais agitada. Precisamos de uma ação rápida para minha filha se desenvolver”.
Dificuldades
Além do TEA, Allicy é também diagnosticada com transtorno de déficit de atenção (TDA), apraxia (dificuldade na pronúncia de palavras) e necessita do uso constante de aparelhos de audição.
Este equipamento, contudo, é muito caro e sensível, não podendo ser exposto à água. Kycilla destacou que precisa ir com a filha para Brasília a cada dois meses para fazer a manutenção do utensílio.
“Eu ainda levo ela para fazer terapia duas vezes por semana em Rio Verde, pois não tem em Cachoeira Alta. Lá ela faz musicoterapia, fonoaudiologia, terapia comportamental, dentre várias”, listou.
A mãe afirmou que os procedimentos deveria estar sendo pagos pelo plano de saúde, mas a empresa responsável afirmou que irá apenas ressarcir o valor gasto com os tratamentos ao final do processo.
“Nós [ela e o esposo] não temos condições de pagar todas as terapias para só depois receber o reembolso”. Ela afirmou também que está em contato com uma advogada para fazer cumprir o que está no contrato.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Cachoeira Alta, mas não obteve retorno.