Atualizada às 11h52

Superlotação, reclamações e filas de espera.  Recentemente, essa é a rotina de pacientes que buscam atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Esperança, em Anápolis.

A situação que já é degradante pode ganhar novo ingrediente, e amargo, nos próximos dias. Isso porque os médicos da unidade ameaçam pedir demissão por conta do alto volume de trabalho e sucessivos atrasos da folha de pagamento.

Ao Portal 6, o cirurgião Gustavo Amorim informou que os profissionais não recebem o salário desde o mês de março. No entanto, os transtornos estão ocorrendo desde o final de 2022.

De acordo com o profissional, o pagamento de novembro foi realizado apenas em janeiro deste ano, enquanto o de fevereiro foi depositado apenas em abril.

Entretanto, ao cobrar a TL2, Organização Social que administra a UPA e é  responsável pelo pagamento, a empresa  informa que ainda não recebeu os repasses da Prefeitura de Anápolis, mas que até segunda-feira (08), o salário deverá ser pago.

Com a promessa de recebimento os médicos adiaram a paralisação. No entanto, alguns deles, como Gustavo, já estão de saída da UPA.

“Este é meu último mês na unidade, não vou trabalhar mais num lugar de enormes demandas e que não paga o nosso salário. Outros médicos também vão se desligar da unidade. Nos últimos meses vários outros já saíram”, diz o cirurgião.

Ele acredita que haja necessidade de construção de novas UPAs no município para desafogar a demanda que se concentra na unidade da Vila Esperança.

“Atendemos entre 300-400 pacientes dia na unidade, a única da cidade. Já ficamos sobre pressão pelo volume absurdo já que uma cidade do porte de Anápolis deveria ter outras unidades”, cobrou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou que o repasse à instituição que administra a UPA da Vila Esperança foi realizado na sexta-feira (05).