Inflação em Goiás está entre as maiores do país e economista mostra como isso afeta o bolso da população
Capital, Goiânia apresentou o 2º maior aumento no Brasil em prévia para o mês de maio
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (25) a prévia da inflação para o mês de maio e Goiânia ficou em 2º lugar entre as maiores variações de preço em todo o país.
Conforme a instituição de pesquisas, a média do aumento foi de 0,83% no valor dos produtos consumidos na capital goiana.
Mas de que forma isso afeta o bolso da população, de forma geral?
O Portal 6 conversou com a economista Eva Cordeiro, que também foi professora universitária por 22 anos. Ela explicou como funciona o processo inflacionário.
Em primeiro lugar, ela definiu que a inflação é uma alta generalizada dos preços por um determinado período de tempo.
Como o IBGE faz a medição mensalmente, esse índice é atualizado a cada virada de mês.
Dessa forma, se a média de custos dos 377 itens avaliados pelo instituto sobe, pode ser considerado um processo inflacionário.
“Como esses produtos são divididos em nove categorias, a percepção de inflação varia de grupo para grupo. Quem dirige carro, por exemplo, é mais afetado com a alta no combustível do que quem pega ônibus, de modo geral”, detalhou Eva.
No entanto, a economista afirmou que a inflação é mais sentida pela parcela da população que recebe até dois salários mínimos (soma equivalente a R$ 2.640 em 2023).
Isso porque os rendimentos dessas pessoas acabam indo quase totalmente para a alimentação. Com um aumento do custo desses produtos, elas sofrem para colocar comida na mesa de casa.
“Aí ela [a população] deixa de comprar, deixa de comer e a gente cai nessa grande espiral, até o Brasil voltar a estar no mapa da insegurança alimentar, após 17 anos, como aconteceu em 2021”, argumentou Eva.
Em síntese, a economista afirmou que a principal influência de um aumento generalizado repentino no valores dos produtos se enxerga na perda do poder de compra das pessoas.
“É só você pegar R$ 100 e pensar no que conseguia comprar há cinco anos e no que consegue comprar hoje. Ela limita o acesso das pessoas a bens e serviços, já que ela não conseguem acompanhar a subida dos preços”, concluiu.