Após cancelamento na web, cafeteria de Goiânia aparece como “fechada” no Google
Além de avaliações negativas, estabelecimento estava recebendo chuva de comentários com más experiências no local
A repercussão e avaliações negativas em decorrência de um vídeo em que a proprietária do Evoé Café, no Setor Sul, em Goiânia, Giovana Ogando, aparece cuspindo no motorista de Uber, Luiz Oliveira, atingiram ‘em cheio’ o funcionamento de um dos principais pontos alternativos da capital.
Após a onda de ‘cancelamento’ nas redes sociais, o comércio aparece no Google, na manhã desta segunda-feira (21), como “temporariamente fechado”.
No entanto, até o momento, nenhuma postagem confirmando a paralisação da ‘casa’ foi divulgada no perfil da empresa na web.
Para além do impacto no funcionamento, o estabelecimento também vem sendo alvo de comentários negativos dos internautas e frequentadores, que revelaram ter vivenciado más experiências no local.
“A bonitona que gosta de cuspir na cara de trabalhador tá famosa agora”, alfinetou um.
“KKKK Paga de ‘good vibes’ (boas energias) e é monstruosa por dentro!”, ressaltou outro.
Um dos principais relatos – e que serviu para a fomentar ainda mais os ataques web – partiu do ex-sócio do comércio, Renato Costa, que afirmou ter sido vítima de diversos abusos enquanto trabalhava com Giovana.
Em vídeo compartilhado nas redes sociais, ele revela que atuava como cozinheiro e barista no local e que a administração no ambiente era regada a estresse e intimidação aberta.
“Sempre que havia um pequeno problema, ela se dirigia ao fundo do lote e quebrava louças no muro. Uma atitude que amedrontava a equipe em plena jornada de trabalho”, afirmou.
Entenda o caso
Na gravação, que veio à tona no sábado (19), Giovana aparece sentada no banco traseiro de um carro de aplicativo, juntamente com uma mulher.
Logo em seguida, ela e o motorista iniciam um desentendimento sobre a forma de pagamento, uma vez que a empresária pede para que o condutor deixe que ela pague o valor na próxima corrida.
Ao afirmar que não iria aceitar a solicitação dela, o motorista pede para que Giovana desça do veículo, o que dá início aos ataques.
Inicialmente, a empresária xinga e desdenha do condutor e, logo em seguida, efetua uma cusparada no homem. Ele se vira e tenta cuspir de volta, momento em que a mesma sai do carro, mas continua a proferir ofensas e gritos contra o homem.
Após a repercussão, a empresária utilizou as redes sociais para se manifestar sobre o ocorrido, afirmando que “perdeu a razão” e que a cena foi uma “troca de violência recíproca”.
Em nota enviada ao Portal 6, ela ainda diz que reconheceu o erro, mas também ressaltou algumas falhas no comportamento do trabalhador.
“Entendemos que ouve uma falta de transparência entre a plataforma, o motorista e a cliente, pois ao cliente apareceu a opção pagamento por dinheiro e na ausência de troco a opção de pagamento posterior, mas o motorista, entretanto, além de dizer que não trabalhava dessa forma, puxou o freio de mão de forma brusca e mandou que as passageiras descessem. Entendo tive uma reação exagerada ao cuspir no motorista, sobre essa atitude isso me arrependo profundamente”, diz parte da nota.
Vale ressaltar que tanto Giovanna quanto Luiz tiveram as contas banidas pela plataforma Uber, após o acontecimento.
Leia nota na íntegra:
Com relação ao vídeo que circula na rede social Tik Tok, gostaríamos de esclarecer que diferente do que está na legenda do texto, não houve calote. O que aconteceu, que ao entrar no carro de aplicativo informei que tinha comigo uma nota de 50 reais e que não possuía saldo para pix, mas que estava disposta a pagar a mais, conforme se escuta no início do vídeo.
Entendemos que ouve uma falta de transparência entre a plataforma, o motorista e a cliente, pois ao cliente apareceu a opção pagamento por dinheiro e na ausência de troco a opção de pagamento posterior, mas o motorista, entretanto, além de dizer que não trabalhava dessa forma, puxou o freio de mão de forma brusca e mandou que as passageiras descessem. Entendo tive uma reação exagerada ao cuspir no motorista, sobre essa atitude isso me arrependo profundamente.
Os xingamentos e cuspes foram recíprocos, mas que ao descer do veículo, o motorista foi para cima das passageiras em tom ameaçador, ao que se pode escutar os gritos ao fundo do vídeo. Ressaltamos que a conduta dos envolvidos está permeada de excessos, mas que o motorista de aplicativo ao divulgar um vídeo, onde preserva sua imagem com o logo da rede social e expõe as passageiras, exagerou novamente em suas razões, pois expos uma terceira pessoa, a segunda passageira, que nada tinha a ver com a discursão e está tendo sua imagem viralizada.
Seres humanos estão passiveis de errar, mas jamais um erro pode ser justificativo para o cometimento de outro maior. Houve uma violação de imagem, uma vez que não é permitido a divulgação de gravações sem consentimento dos demais envolvidos e sua publicação em redes sociais causam prejuízos instantâneos. Por fim, gostaria de pedir desculpas publicamente pelo acontecido, mas ressalvando que não foi um erro unilateral.
Leia nota da Uber na íntegra:
“A Uber lamenta o caso e considera inaceitável o comportamento das partes registrado no vídeo compartilhado. As contas foram suspensas enquanto aguardamos pela apuração do caso.
Esperamos que motoristas parceiros e usuários não se envolvam em brigas e discussões e que contatem imediatamente as autoridades policiais sempre que se sentirem ameaçados ou entenderem estar sendo vítimas de ações ilegais, como fraudes ou golpes. Ofender e agredir a outra parte são claras violações do Código da Comunidade Uber e são atos que podem levar à desativação permanente das contas envolvidas.
Os motoristas parceiros têm permissão para instalar câmeras ou utilizar dispositivos de gravação de imagens para fins de segurança e são claramente instruídos a como tratar tal tema do ponto de vista de respeito à privacidade do usuário. Isso inclui a proibição expressa de gravar viagens a fim de publicá-las nas redes sociais ou em qualquer outro fórum público. Tal prática também representa uma clara violação do Código da Comunidade que pode levar à desativação.
Por fim, é importante esclarecer que não existe função de “pagar na próxima”. O app apenas permite que o motorista informe as situações em que o usuário não honrou o pagamento. Isso cria um débito na conta do usuário, mas é uma opção do motorista, não uma escolha que cabe ao usuário. Esse recurso foi criado em 2019 pensando em ajudar os motoristas parceiros com troco e não a incentivar que usuários deixem de pagar viagens. Como em qualquer serviço, a responsabilidade pelo pagamento é do tomador do serviço. Solicitar viagens sem fazer o pagamento também pode levar ao bloqueio da conta do usuário.
A Uber não recomenda que motoristas utilizem essa opção com frequência e sem real necessidade. A Uber orienta que motoristas e usuários evitem conflitos e que, sempre que necessário, as partes envolvidas reportem o ocorrido no aplicativo pelo Menu Ajuda.”