São chocantes os detalhes do crime em que adolescente matou criança para conseguir videogame
Vítima tinha apenas dez anos e pensou que estava brincando. Menor infrator está aprendido na DEPAI de Anápolis
Está na Delegacia de Apuração de Atos Infracionais de Anápolis (DEPAI) o adolescente de 15 anos que tirou a vida de uma criança de 10, nesta segunda-feira (24), em Abadiânia.
Delegada responsável pelo caso, Isabella Joy Lima e Silva contou que as autoridades policiais souberam do caso depois que o dono de uma fazenda denunciou que havia um garotinho morto na propriedade dele.
“Lá [na fazenda] estava a mãe e o padrasto da vítima. Já tinham a suspeita de que o autor seria o adolescente de 15 anos, que morava numa casa vizinha, da mesma fazenda”, contou ao jornalista Jonathan Cavalcante, da Rádio São Francisco.
“Fomos até a outra casa, encontramos a mãe com o adolescente e outro filho pequeno. Conversamos com ele, mas negou. Só que o irmão [que estava junto e presenciou toda a cena] começou a chorar e disse que tinha sido ameaçado a não contar o que aconteceu”, acrescentou.
Segundo a delegada, a morte teve resquícios de crueldade e tudo ocorreu por uma única motivação: o adolescente queria furtar a residência para comprar um videogame e um celular.
“Ele foi até a casa, chamou a criança para brincar e levou até o mato. Falou para [a vítima] deitar no chão e amarrou a boca e olhos com uma camiseta. Desferiu três pancadas com um soquete com uma base grande de concreto e a criança veio a óbito”, detalhou.
Na residência, o menor conseguiu pegar uma TV, dois perfumes, um rádio e 37 reais. Ele escondeu tudo na mata e ainda queria voltar para pegar um som.
“Tinha intenção de voltar e poderia matar a mãe [do garotinho] porque ela estava dentro da casa. Mas ao voltar para casa da vítima, viu o padrasto chegar e foi para casa com o irmão”, explicou a investigadora.
A mãe da criança assassinada é cega. Foi ela que sentiu que a TV não estava no lugar e percebeu que o filho tinha desaparecido. Então, começou a gritar desesperada por ajuda.
O adolescente já está à disposição do Poder Judiciário e poderá ser submetido a internação provisória de três anos para responder por ato infracional análogo a latrocínio (roubo seguido de morte).
O menor, ainda segundo a delegada, tem histórico de agressividade familiar e um pai preso por outros crimes.