Investigação contra médico que quis matar empresário em condomínio de Anápolis vai demorar
Secretaria de Segurança Pública de Goiás, após publicação da reportagem, enviou nota ao Portal 6 dizendo que não há interferência da pasta no caso
Atualizada às 12h37 com nota da SSPGO
Agendada para a manhã desta terça-feira (30), a audiência no 6º Distrito Policial de Anápolis para que Rodrigo Baeza formalizasse a queixa-crime contra o médico Rodrigo Caiado foi remarcada.
Na noite de 25 de junho, o empresário foi ameaçado de morte pelo otorrinolaringologista em uma das quadras do Residencial Anaville, condomínio de luxo onde ambos moram com suas famílias.
Com uma arma em punho, Rodrigo Caiado teria entrado no campo de areia na companhia de mais dois homens. Ele não teria gostado de saber que Rodrigo Baeza discutiu com a esposa dele, Lidianne Andrade, designer de modas e dona da Ostra Brasil.
Uma falha da administração do condomínio, que reservou a área esportiva para ambos os vizinhos no mesmo horário, foi o estopim para a confusão.
Havia crianças no local e o médico foi contido por outros moradores, mas fugiu antes que a Polícia Militar chegasse, evitando o flagrante.
Saber que terá de esperar mais 30 dias para ser ouvido deixou Rodrigo Baeza ainda mais frustrado. Nos últimos dias, não foram poucas as tentativas de demovê-lo de levar o caso adiante. “Mas a gente não vai deixar”, adianta Diego Baeza, filho do empresário.
As investidas partiram de pessoas ligadas ao médico, que disseram que ele está profundamente arrependido.
“A lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi agendado para o dia 30 de julho em razão da pandemia do coronavírus, seguindo os ditames da Portaria Normativa nº 23/2020, uma vez que a delegacia está funcionando com um escrivão in loco e outro em regime de teletrabalho, por ser de grupo de risco, assim como a delegada, que está gestante”, justificou o comando da Polícia Civil de Goiás em nota à reportagem.
A instituição promete ainda instaurar inquérito policial para investigar se Rodrigo Caiado poderia portar a arma.
O Portal 6 tentou saber junto à Polícia Federal se o médico tinha autorização para tal, mas o órgão disse que é impedido por lei de fornecer “informações pessoais”.
Nota
Nas redes sociais não são poucos os internautas que apontam a força do sobrenome do médico como um impeditivo para que ele seja investigado.
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSPGO) não havia respondido se houve alguma ingerência por parte da pasta para que o caso seja abafado.
Na manhã desta sexta-feira (1º), a assessoria de comunicação da SSPGO enviou nota ao Portal 6 afirmando “que os esclarecimentos pertinentes ao caso estão sendo realizados pela Polícia Civil”. No entanto, como repercutido anteriormente pela reportagem, o órgão sequer registrou a queixa-crime.
A pasta diz ainda que “não existe qualquer tipo de interferência nas apurações dessa ocorrência”. Leia na íntegra:
A Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSPGO) informa que todas as ações criminosas que são registradas pelas forças policiais são rigorosamente apuradas. A SSPGO salienta que todas as forças de Segurança tem total liberdade para trabalhar, tendo como único limite imposto a lei. Por fim, a SSPGO ressalta que os esclarecimentos pertinentes ao caso estão sendo realizados pela Polícia Civil e que não existe qualquer tipo de interferência nas apurações dessa ocorrência.