Dengue preocupa mais do que o novo coronavírus, avalia infectologista
14 dos 12 casos suspeitos em Goiás já foram descartados e somente dois ainda seguem em investigação, sendo um deles em Anápolis
Apesar das dúvidas e incertezas sobre o Covid 29, novo coronavírus, a dengue, já conhecida pelos brasileiros, possui 94.149 casos prováveis no Brasil, conforme boletim do Ministério da Saúde de 29 de dezembro a 1º de fevereiro.
O número é 7,5% maior em relação ao contágio pelo novo coronavírus no mundo. Desde então, são mais de 110 mil casos confirmados de coronavírus e em mais de 100 países, de acordo com levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O vírus da dengue, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, deu sinais de que vai infectar ainda mais pessoas em 2020, o número de casos prováveis cresceu 19% nas cinco primeiras semanas do ano em comparação com o mesmo período de 2019.
“A população está muito alarmada em relação ao coronavírus. Mas hoje, no Brasil, temos problemas maiores, como a dengue”, avalia o infectologista e consultor médico do Grupo Sabin, Alexandre Cunha.
Os meses mais chuvosos de cada região e as altas temperaturas são os períodos com maior transmissão da dengue, mas é importante ressaltar que os ovos do mosquito podem sobreviver por até um ano.
“Todas as faixas etárias são suscetíveis, porém as pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver dengue grave e consequentemente, outras complicações”, alerta.
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, evitando assim a proliferação do mosquito.
Ações simples e que eliminam água armazenada e que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, são eficazes
Desde 2016 o Sabin e outros laboratórios disponibilizam o exame PCR combo, desenvolvido internamente pela equipe de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Sabin.
Com resultado em dois dias úteis, o exame é capaz de identificar, em uma mesma reação, a detecção dos vírus da dengue, zika e chikungunya.
A técnica molecular de RT-PCR quantitativo, para a detecção de três vírus, tem a vantagem de identificar, na fase aguda, qual o vírus causador da doença, sem a necessidade de pedir ou fazer reações em separado para cada um. Ou seja, com uma única coleta de sangue, é possível pesquisar os três vírus.
Já o diagnóstico do novo coronavírus é feito pelos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) do país. Em Goiás não há nenhum caso confirmado.
Dos 14 casos suspeitos que estavam sendo monitorados, 12 foram descartados. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), dois ainda seguem em investigação — sendo um deles em Anápolis.