Número de socorridos no Municipal após ataques de cobras já chegou a 32 este ano
Quantidade de ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros desde janeiro também assusta
Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) mostra que, somente neste ano, já houve 32 casos de pessoas picadas por cobras peçonhentas atendidas no Hospital Municipal Jamel Cecílio.
A unidade é referência em Anápolis para socorro e tratamento de vítimas das serpentes. Desse total, 28 foram por botes de jararaca, três de cascavel e uma de jaracuçu. Todas elas receberam soro antiofídico, obtido a partir de anticorpos do sangue do cavalo, e produzido no Instituto Butantã, em São Paulo.
Um total de 146 pessoas, vítimas de outros animais peçonhentos, como aranhas e escorpião, também foram socorridas no hospital desde janeiro.
Visitas indesejadas
Ainda neste ano, segundo a TV Anhanguera, o Corpo de Bombeiros já foi acionado 30 vezes para resgatar cobras, sejam elas peçonhentas ou não, em residências e indústrias de Anápolis.
Os locais são os mais imprevisíveis, como dentro da máquina de lavar roupas, em móveis de escritório, na porta de empresas ou no motor de um carro. Após a captura, elas são devolvidas à natureza.
Essa “invasão” pode ser explicada basicamente por dois motivos, como explica a médica veterinária Paula Damasceno, residente em Clínica Médica e Cirúrgica de Animais Silvestres na Universidade de Brasília (UnB).
“Elas buscam abrigo e alimentação. As expansões urbanas são fundamentais para limitar o habitat delas, então, principalmente nessa época chuvosa, elas buscam um lugar para se abrigar. Em relação a alimentação, as mesmas se alimentam de pequenos roedores e algumas espécies de aves. Dessa forma, elas costumam procurar locais cheios de entulho, que vão servir tanto para abrigo quando para captar a atenção de ratos, por exemplo”.
Pequenas ações, no entanto, ajudam a prevenir o aparecimento desses animais.
“A melhor prevenção é não deixar abrigo e alimento a disposição dessas serpentes. As chances dessas ocorrências diminuem significativamente quando se toma precauções como fechar as frestas e buracos das paredes, evitar o acumulo de lixo ou entulho perto de casa, manter a grama aparada, afastar a cama de paredes, sacudir sapatos e roupas antes de usá-los, além de também usar botas quando estiver trabalhando, pisando em folhas ou capim seco e úmido e ter cuidado ao carregar tijolos, telhas e lenha.”
Precauções como essas também devem vir acompanhadas de extrema vigilância com as crianças, sobretudo em áreas rurais ou quintais sem muros e com muita vegetação.
https://sandbox.portal6.com.br/2018/04/10/especialista-explica-porque-anapolis-esta-sendo-invadida-por-cobras/
No início do ano, um bebê de apenas um ano foi picado no dedo por uma jararaca que estava escondida na casinha do cachorro. Ele e a família moram na Vila São Vicente, no extremo Sul de Anápolis.
O ataque mais recente ocorreu com um garotinho de seis anos, no feriado do Dia do Trabalhador. Ele estava em uma chácara próxima à divisa com o município de Gameleira de Goiás.