O que pode acontecer com motorista atropelou adolescente no Copacabana
Delegado revelou se ele já pode ou não ser preso. Já os amigos da vítima estão pedindo orações alegando que Itamar teve parada cardíaca durante a noite
Foi realizado na terça-feira (15) as perícias que irão comprovar se Marcos André, de 18 anos, estava em alta velocidade no momento em que atropelou Itamar Gomes e Silva Júnior, de 17 anos, no último sábado (12), no Residencial Copacabana, região Sudoeste de Anápolis.
Responsável pelo caso, o delegado Manoel Vanderic contou ao Portal 6 que também já ouviu testemunhas que moram próximo ao local do atropelamento e que só descobrirá se houve crime quando saírem os laudos dessas perícias.
“Temos que aguardar os laudos para ver a velocidade que ele estava, se desrespeitou as regras de transito, se foi culpa exclusiva do motorista, só que eu preciso ser cauteloso, porque de um lado é a vida de um menino e a sensação de Justiça da família e do outro a liberdade de um rapaz. Houve uma contradição no caso porque um dos passageiros, no dia do atropelamento, já na Central de Flagrantes, tinha dado uma versão de que o motorista estava em alta velocidade, dirigindo de forma perigosa quando atropelou a vítima. Quando se apresentou aqui ele mudou a versão e disse que o Marcos estava dirigindo normal e tentou desviar de um carro quando atropelou o Itamar que estaria na beirada no meio fio”, relatou.
Essa mudança de versão, conforme Vanderic, pode ocorrer devido ao fato de que as duas testemunhas que estavam no veículo são amigas do motorista e não iriam incriminá-lo. Apesar disso, independente de estar próximo ao meio-fio ou na calçada, a tipificação do possível crime não será mudada.
“A vítima estar no meio-fio ou na calçada não muda em nada. Agora a questão da embriaguez ficou prejudicada porque ela seria demonstrada por provas testemunhais, mas as testemunhas que estavam no carro são amigos do motorista e tem o mesmo advogado. Só que no caso do crime de trânsito, como lá ficou a frenagem dos pneus e os danos no meio fio, vamos conseguir facilmente descobrir a velocidade aproximada que ele estava dirigindo”.
Inicialmente a previsão é que Marcos André pode responder por lesão corporal culposa qualificada e pegar uma pena de até cinco anos. Porém, se os laudos apontarem que ele infringiu as regras do trânsito e estava dirigindo de forma perigosa e em alta velocidade, ele poderá responder por lesão corporal dolosa, que aumentaria a pena para oito anos.
O delegado também afirmou que caso fique comprovado que Marcos também omitiu socorro, ele poderá ficar até nove ou dez anos preso.
Apesar disso, como Marcos André se apresentou pessoalmente na delegacia e já não cabia mais um flagrante, não há nenhuma chance de ele ter prisão preventiva decretada antes da conclusão do caso.
Em tempo
Itamar Gomes e Silva Júnior está internado no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HUANA) desde o dia do atropelamento. Nas redes sociais, amigos fizeram um clamor por orações dizendo que o adolescente teria sofrido uma parada cardíaca durante a noite.
A reportagem do Portal 6 entrou em contato com a assessoria de comunicação HUANA para confirmar se ele realmente passou por esse agravante, mas a unidade informou apenas que ele continua em estado grave.
Pai da vítima, Itamar Gomes Silva, de 46 anos, chegou a contar à reportagem que espera por Justiça, pois o filho sempre foi um bom garoto e com o atropelamento ficou tetraplégico devido a uma forte lesão que teve coluna.
“[O Marcos André] fugiu e não pode ficar impune. Meu filho é honesto, nunca caçou problema com ninguém, acordava às 03h da manhã para ir trabalhar [no Ceasa] e estudava à noite. Queria ser policial”, relatou.