Greve dos caminhoneiros em Anápolis entra no 3º dia com bloqueio na BR-153
Cidade já sente reflexos de desabastecimento em postos de combustíveis, no ramo de alimentação e esportivo
Estão sendo inócuos os esforços do Governo Federal para acabar com a greve dos caminhoneiros no Brasil. Em Anápolis, nesta sexta-feira (25), o movimento entra no terceiro dia consecutivo de mobilização bloqueando o Km 432 da BR-153, na altura do Village Jardim, bairro da região Norte da cidade.
Os sindicatos dos caminhoneiros reivindicam a redução no preço do óleo diesel, criação de uma tabela compensatória que os pague por quilômetro rodado e também a aprovação de um projeto de lei que estabeleça o piso para o valor do frete de combustíveis no país.
Diante da iminência de desabastecimento de combustível e de alimentos em todo o país, o Governo Federal passou a maior parte desta quinta-feira (24) negociando com representantes dos caminhoneiros no Palácio do Planalto. Pela noite, a Presidência da República informou que havia conseguido fechar pontos de consenso com os grevistas. Porém, as associações e sindicatos quiseram referendar a negociação com os grevistas, que resistem em desbloquear as estradas Brasil a fora.
Pontos do acordo
Pelo acordo firmado entre o Governo Federal e representantes dos caminhoneiros, a paralisação seria suspensa por 15 dias. Em troca, a Petrobras reduzirá 10% no valor do diesel nas refinarias por 30 dias, enquanto o governo costura formas de reduzir os preços. A Petrobras mantém o compromisso de custear esse desconto, estimado em R$ 350 milhões, nos primeiros 15 dias. Os próximos 15 dias serão patrocinados pela União.
O Governo também prometeu uma previsibilidade mensal nos preços do diesel até o fim do ano, sem mexer na política de reajustes da Petrobras, e vai subsidiar a diferença do preço em relação aos valores estipulados pela estatal a cada mês.
“Nos momentos em que o preço do diesel na refinaria cair e ficar abaixo do fixado, a Petrobras passa a ter um crédito que vai reduzindo o custo do Tesouro”, disse o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
O Governo também se comprometeu a zerar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para o diesel até o fim do ano. Também negociará com os estados, buscando o fim da cobrança de pedágio para caminhões que trafegam vazios, com eixo suspenso. “Chegou a hora de olhar para as pessoas que estão sem alimentos ou medicamentos. O Brasil é um país rodoviário. A família brasileira depende do transporte rodoviário. Celebramos esse acordo, correspondendo a essas solicitações, dizendo humildemente aos caminhoneiros: precisamos de vocês”, disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Para cumprir a proposta de previsibilidade mensal nos preços do diesel até o fim do ano, o Governo precisará negociar com o Congresso o projeto aprovado ontem na Câmara que zera o PIS/Cofins para o diesel. A ideia – apresentada nessa quinta-feira – é que o tributo não seja zerado, mas usado para compensar a Petrobras em tempos de alta no valor do barril do petróleo e para manter os preços estáveis.
Desabastecimento local
Em Anápolis, a greve dos caminhoneiros já afetou a distribuição de combustíveis em postos e começa a repercutir no ramo de alimentação e esportivo. Nesta quinta-feira (24), o McDonald’s deixou de vender sanduíches por falta de pão.
Já o Campeonato Brasileiro de Taekwond, que seria realizado nono Complexo Poliesportivo Gracinda Maria da Silva, no Bairro Antônio Fernandes, a partir de domingo (24), foi cancelado devido a impossibilidade de deslocamentos dos atletas.