A semana foi difícil e a sexta demorou mais do que o de costume. Tragédias no esporte e na política marcaram esses dias tão complicados. Se Pablo Picasso fosse vivo, e brasileiro, quem sabe teríamos uma continuação de Guernica…

“Picasso encontrou inspiração para o mural encomendado quando, em 26 de abril de 1937, ocorreu o bombardeio da cidade basca de Guernica. O ataque áreo deflagrado pela Legião Condor da Alemanha nazista proporcionou o tema do que se tornaria sua obra-prima”, explica a Coleção Folha Grandes Mestres da Pintura.

O desastre pode servir para um monte de coisas: nos lembrar da fragilidade da vida; da constante necessidade de aprimoramento de nossas instituições; do eterno dever de fiscalizar nossas autoridades.

E por falar em anistia, estava disposto, inclusive, a dizer que as três esferas de poder deveriam fazer um pacotão de renúncia fiscal para os pequeninos; uma Black Friday Fiscal. É que tributos têm efeitos perversos em momentos de grave crise econômica e desemprego agudo. Menos impostos, por favor…

Mas hoje é sexta, a semana foi massacrante e os trovões que gritam no céu lembram que ficar em casa é uma ótima opção. E que a vida deve ser celebrada enquanto é vida. E que uma forma de celebrar a vida viva é brindando.

Um brinde ao esporte, ao necessário melhoramento das instituições do nosso país, à redução da carga tributária para os empreendedores (não tem quem suporte pagar tanto!), à pintura, aos prazeres da vida, à simplicidade de se estar com uma felicidade boba na sexta-feira.

E um brinde a você que, apesar de tudo, ainda crê. E perdoem pelas imperfeições da fotografia que acompanha essas linhas imperfeitas… É que – como dizia Henri Cartier-Bresson – “suas primeiras 10 mil fotografias são as piores”.

Rodolfo Torres é advogado (pós-graduando em Direito Tributário), jornalista e autor do livro Bob Fields Forever (coletânea de frases do parlamentar Roberto Campos). Escreve todas as sextas. E-mail: [email protected]