Morre Luis Gustavo, o Beto Rockefeller e Tio Vavá do ‘Sai de Baixo’, aos 87, de câncer
Informação foi dada pelo seu sobrinho, o também ator Cassio Gabus Mendes
O ator Luis Gustavo morreu neste domingo, dia 19, em decorrência de um câncer, aos 87 anos.
A informação foi dada pelo seu sobrinho, o também ator Cassio Gabus Mendes, via redes sociais.
“Luis Gustavo! Informo que meu querido Tatá, faleceu hoje, vítima de câncer! Descanse na luz e na paz!!! Obrigado por tudo, meu amado tio”, escreveu Mendes.
Filho do diplomata, professor e escritor espanhol Luiz Amador Sanchez com a atriz Helena Blanco, Luis Gustavo, ou Tatá para amigos, nasceu em 1934 em Gottenburgo, cidade sueca onde seu pai foi cônsul da Espanha. Antes de completar cinco anos, com a transferência do pai ao Brasil, mudou-se para o Rio de Janeiro e logo para São Paulo, onde se naturalizou brasileiro.
Quem o levou para a televisão foi o ator e diretor Cassiano Gabus Mendes, que se casou com sua irmã, Helenita. Ainda jovem, Luis Gustavo iniciou sua carreira atrás das câmeras, como assistente de contrarregra, caboman e depois como cameraman. Até que pintou a oportunidade de trabalhar em frente às câmeras.
A estreia, no início dos anos 1960, foi em uma peça de teleteatro chamada “Mas Não Se Matam Cavalos?”, adaptação de romance de Horace McCoy. Luis entrou para o elenco em substituição ao ator Walter Avancini, que adoecera na véspera.
Em 1964, fez sua primeira novela, “Se o Mar Contasse”, de Ivani Ribeiro, na TV Tupi. Desde o início, ficou marcado pelo jeito maroto que caía bem a personagens urbanos cada vez mais presentes na televisão brasileira. Também achou seu lugar na dramaturgia escrita para teatro. Em 1967, pela atuação no espetáculo “Quando as Máquinas Param”, de Plínio Marcos, o ator ganhou o prêmio de melhor ator da Associação Paulista de Críticos de Teatro (APCT).
Apesar do sucesso da montagem, Luis Gustavo não se dedicou à carreira teatral, com ressalva de algumas investidas. Em 1985, por exemplo, atuou na peça “Baixa Sociedade”, comédia escrita por Juca de Oliveira. Em cena, também estavam Cássio Gabus Mendes, Eliana Barbosa e Ana Cláudia Bringel.
Seu primeiro grande papel em novelas, ou ao menos o personagem que lhe deu uma projeção até então não experimentada, foi o protagonista homônimo da novela “Beto Rockfeller” (1968), um tipo conquistador, gentil e espertalhão.
Em 1976, a Globo contratou Luis Gustavo, e sua estreia na emissora se deu na novela “Anjo Mau”, escrita pelo genro. Mas foi em 1982 que voltou a fazer um papel de popularidade máxima, o detetive atrapalhado Mario Fofoca, com seus ternos quadriculados, na novela “Elas por Elas”, também de Gabus Mendes.
Ainda houve o charlatão Victor Valentim, de “Ti-ti-ti” (1985), e sua atuação em “Mico Preto” (1990), em que o ator interpreta um funcionário público honesto nomeado procurador de uma milionária e que, com o desaparecimento dela, tem de assumir uma grande empresa. Os papéis cômicos se acumulam, até que em “O Salvador da Pátria” (1989), em uma participação especial, Luis Gustavo interpreta um radialista inescrupuloso, assassinado nos primeiros capítulos.
O ator casou-se três vezes, com Heloísa, com quem teve um filho, com a atriz Mila Moreira e com a atriz Desirée Vignolli, com quem teve o segundo filho. Ele era irmão de Helenita Sánchez Blanco, viúva de Cassiano Gabus Mendes, e tio dos atores Tato e Cássio Gabus Mendes.