Petrobras reduz o preço do gás de cozinha em 5,6%
Medida foi anunciada logo após a divulgação da inflação de março de 2022, sendo o botijão um dos vilões sobre o indicador
O anúncio foi feito no mesmo dia em que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que a inflação de março de 2022 foi a maior para o mês desde 1994, antes da implantação do real. Com alta de 6,5% no mês, o botijão foi um dos fatores de pressão sobre o indicador.
A redução do preço nas refinarias era esperada pelo mercado, diante da valorização do real frente ao dólar nas últimas semanas e da queda das cotações internacionais do produto, que costuma ter preços mais elevados durante o inverno no hemisfério norte.
O setor vinha demonstrando preocupação com o efeito dos altos preços atuais sobre as vendas de botijões, que iniciaram o ano em queda, mesmo com a aprovação de um subsídio à baixa renda conhecido como Vale-Gás.
A escalada dos preços após o período mais crítico da pandemia e a perda de poder aquisitivo da população levaram muitas famílias de baixa renda a ter que buscar alternativas mais perigosas e poluentes para cozinhar, como álcool ou lenha.
Em um ano, entre abril de 2021 e abril de 2022, o preço do gás de cozinha nas refinarias da Petrobras tem alta acumulada de 38,47%.
A estatal não informou se planeja alterar os preços da gasolina e do diesel, que também sofreram mega-aumentos em março, de 18,8% e 24,9%, respectivamente. Também nesses casos, os repasses levaram os preços de bomba a recordes históricos.
Com a valorização do real e a queda das cotações do petróleo, o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras chegou a ficar R$ 0,09 por litro acima da paridade de importação nesta quinta (8). O dólar, porém, voltou a subir e nesta sexta os preços estão alinhados.
O corte no preço do gás de cozinha ocorre após uma semana conturbada na Petrobras, que viu dois dos nomes indicados pelo governo para seu comando, Adriano Pires e Rodolfo Landim, desistirem dos cargos após questiomentos sobre conflitos de interesse.
Nesta terça (6), o governo anunciou que o ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME (Ministério de Minas e Energia), José Mauro Coelho, para presidir a companhia. Para o comando do conselho, foi indicado o consultor Márcio Weber, ex-funcionário da estatal.
Em entrevistas, Coelho defendeu a política de alinhamento dos preços dos combustíveis ao mercado internacional, alegando que preços artificiais podem causar desabastecimento no país.