Vereador de Anápolis quer estabelecer dia em homenagem às vítimas do Césio-137 em Goiânia
Para virar lei, projeto apresentado na Câmara precisa ser aprovado por maioria dos parlamentares e depois sancionado pelo prefeito Roberto Naves
O vereador Realmilton Espíndola (Republicanos) propôs um projeto de lei para estabelecer, em Anápolis, o Dia Municipal das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia com Césio 137, que aconteceu em Goiânia.
O acidente radiológico só não foi maior em termos radioativos que Chernobyl, na atual Ucrânia, e deixou, oficialmente, quatro pessoas mortas, 51 em estado grave e milhares de contaminados na cidade vizinha.
Na justificativa, o parlamentar ressalta que o acidente ocorreu na capital. Todavia, defende que marcar o dia 13 de setembro como celebração municipal na cidade vizinha seria uma forma de homenagear todas as vítimas.
“Esta é uma justa homenagem para todos os cidadãos Goianos e Anapolinos, que de alguma forma, foram afetados direta e indiretamente pelo Césio-137”, afirmou.
“Assim, nada mais justo que estabelecer no calendário do nosso município, o dia 13 de setembro como sendo o dia municipal das vítimas e sobreviventes da radiação Césio-137”, defendeu.
O vereador ainda destacou a “relevância da presente matéria” para sensibilizar os colegas que terão que aprovar a proposta.
Para que possa entrar em vigor, o projeto precisa ainda ser votado e aprovado por maioria simples na Casa de Leis e, depois, sancionado pelo prefeito Roberto Naves (PP).
O acidente
O caso aconteceu em setembro de 1987 , em Goiânia, e completa 35 anos em 2022. Na ocasião, alguns trabalhadores manusearam de forma indevida um aparelho de radioterapia que estava abandonado no antigo Instituto Goiano de Radioterapia, que já estava desativado.
Ao violarem o equipamento, diversas partículas de 137Cs, na forma de pó azul brilhante, se espalharam pelo ambiente e provocaram a contaminação de toda a redondeza e, principalmente, dos locais para onde os pedaços da máquina foram levados e daqueles que tiveram contato direto com o Césio.
Por possuir chumbo, material com alto valor de venda, a peça contaminada foi vendida para um ferro-velho e o dono do estabelecimento, encantado com o brilho que ela emitia, ainda distribuiu partes para familiares e amigos, espalhando ainda mais a radiação.