Apoio de Caiado não deve reverter votos de Lula para Bolsonaro em Goiás, avaliam especialistas
De acordo com cientistas políticos, o segundo turno deve contar com estabilidade e tendência de aumento de votos a terceira via para Bolsonaro
Emilly Viana -
O apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições por parte do governador Ronaldo Caiado (UB) não deve surtir efeito nas urnas, segundo avaliação de especialistas ouvidos pelo Portal 6. A declaração foi formalizada nesta quinta-feira (06), em evento no Palácio da Alvorada, em Brasília.
O cientista político Pedro Célio considera que o posicionamento era esperado e não contabiliza mais votos para o presidente. “Goiás já teve uma votação expressiva para Bolsonaro e, pelo alinhamento entre os dois, que estão em mesmo campo ideológico, não há surpresas. É um ato simbólico, para demonstrar a união da direita”, afirma.
Para a recepção política do governador, também não são esperadas grandes mudanças. “Caiado nem perde nem ganha com o apoio. Tem mandato aprovado, foi reeleito em primeiro turno e agora vai buscar projeção em nível nacional”, aponta.
O especialista acredita que, independente do resultado das eleições, Caiado não terá dificuldades com o Governo Federal. “Com o atual presidente, ele seria mais um governador que ajudou na unidade da direita. Com Lula, não haverá grande prejuízo, pois o ex-presidente já provou que sabe governar com oposição”, pontua.
Tanto Pedro Célio quanto o cientista político Luiz Carlos do Carmo Fernandes apontam uma tendência de queda na votação de Lula no segundo turno em Goiás. Este último diz que o eleitor goiano está decidido. “Quem votou em Lula no nosso estado não vota em Bolsonaro e vice-versa. Só os votos de Ciro e Tebet, que tiveram pouca expressão por aqui, devem ir para o presidente uma vez que a terceira via em Goiás é um movimento contra Lula”, destaca.
Diante da estabilidade, Fernandes também avalia que o apoio de Caiado acrescenta pouco para Bolsonaro. “Até porque parte destes eleitores votaram no Major Vitor Hugo (PL). Nacionalmente também acredito que não dê tanta força, pois o União Brasil está dividido e nem a candidata deles ou figuras importantes como ACM Neto e Luciano Bivar acompanham os apoiadores do candidato à reeleição. É mais retórica que voto”, conclui.
Na avaliação do cientista político, o governador “ganha moral” com os empresários do agronegócio e eleitores que priorizam a pauta da Segurança Pública ao reforçar a campanha do presidente. “São duas bases que ajudaram o Caiado a vencer os adversários com alto percentual em 2018. É um aceno definitivo para eles”, pondera.
