BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta quinta-feira (23), uma nova leva de ministros do seu terceiro mandato. Dos 13 nomes anunciados, cinco são petistas. Por ora, é a legenda com maior número de pastas.
Lula derrotou Jair Bolsonaro (PL) em outubro e foi eleito com uma frente ampla de partidos. Sua coligação teve nove legendas, na maior aliança política de sua história. E, depois da vitória, contou com novos apoios, chegando a um grupo de 14 siglas.
Pertencem ao PT cinco ministros indicados por Lula hoje, totalizando sete das 37 pastas até o momento. No primeiro momento, o petista já havia anunciado Fernando Haddad para a Economia e Rui Costa para a Casa Civil, duas das principais pastas do governo.
Dois dos anunciados hoje são palacianos, o de a secretaria de Relações Institucionais (ex-Secretaria de Governo) ficará sob o comando do deputado Alexandre Padilha (PT).
De perfil conciliador e com bom trânsito no Congresso, ele já ocupou a mesma função há 14 anos. Também foi ministro da Saúde.
Já o ministro da Secretaria-Geral da Presidência será o deputado federal Márcio Macedo (PT-SE), tesoureiro da campanha petista. No momento, ele é vice-presidente do PT.
O Ministério de Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, era disputado por Simone Tebet. Mas o PT não quis abrir mão de manter o programa sob seu comando, e a pasta passou para Wellington Dias (PT-PI).
Hoje governador do Piaui, ele foi eleito senador pelo estado e ajudou na articulação da PEC da Gastança.
Outro governador petista que integrará a equipe de Lula na Esplanada é Camilo Santana, do Ceará. Ele abriu mão do cargo para disputar a eleição ao Senado, e ganhou. O partido não quis abrir mão de uma das principais vitrines da Esplanada.
Inicialmente, a principal cotada era Izolda Cela, sucessora de Santana no posto. Ela era filiada ao PDT, mas migrou para o PT. O partido, contudo, acabou preterindo ela por um nome mais próximo à legenda.
No Trabalho e Previdência, assumirá o deputado federal Luiz Marinho (PT-SP). Ele é presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, aliado próximo de Lula e chefiou a pasta de 2005 a 2007.
A escolha de Marinho representa uma vitória de petistas e sindicalistas sobre o PCdoB, que pleiteou o ministério junto a Lula. A legenda havia manifestado interesse por três ministérios: Ciência e Tecnologia, Cultura e Trabalho. Por fim, o partido ficou apenas com o primeiro.
A Secretaria de Comunicação da Presidência, um dos principais focos de crise do governo atual, tem como principal cotado o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Ele, contudo, ainda não foi anunciado.
Além desses indicados, há nomes oficializados por Lula hoje, ligados ao PT, mas que não são políticos, como Jorge Messias. Ex-subchefe de assuntos jurídicos da Presidência (SAJ) de Dilma Rousseff, ele passará para o comando da AGU (Advocacia Geral da União).
Já a futura ministra da Mulher, Cida Gonçalves, foi secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres nas gestões de Lula e Dilma.
Confira a lista de petistas anunciados:
Secretaria de Relações Institucionais (ex-Secretaria de Governo): Alexandre Padilha
Secretaria-Geral: Márcio Macedo
Ministério do Desenvolvimento Regional: Wellington Dias
Educação: Camilo Santana
Trabalho: Luiz Marinho
Economia: Fernando Haddad*
Casa Civil: Rui Costa*
*Oficializados na primeira leva de anúncios, em 9 de dezembro