Governadora de PE deixa passar prazo e reajuste de 126% em seu salário é sancionado por deputado
Quando a proposta foi aprovada, ela chegou a afirmar que o projeto era uma iniciativa da assembleia e não do Executivo
FÁBIO ZANINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), deixou vencer o prazo de 15 dias para sancionar o projeto que aumenta o seu salário, o de sua vice, Priscila Krause, além dos secretários e deputados estaduais. Com isso, a nova lei foi assinada pelo presidente da Alepe (Assembleia Legislativa de Pernambuco), Eriberto Medeiros (PSB).
Ao deixar passar o prazo, Lyra evita deixar sua digital no reajuste de até 126%, que terá impacto de R$ 2,2 milhões no orçamento do estado. Quando a proposta foi aprovada, ela afirmou que havia sido uma iniciativa da assembleia, não do Executivo.
Como a governadora é também procuradora do Estado, optou por seguir recebendo pelo seu órgão de origem o salário de R$ 32 mil. Quem terá um impacto maior é Krause, que veria sua renda como deputada estadual de R$ 25 mil mensais cair para R$ 8,9 mil, o salário vigente para os vices até dezembro.
A Alepe convocou uma sessão extraordinária para último dia útil de 2022 e aprovou um reajuste para governador, vice, secretários e deputados estaduais.
No caso do governador, o valor mais que dobrou: saiu de R$ 9.000 para R$ 22 mil. Os vencimentos do vice-governador e dos secretários serão de R$ 18 mil – eram de R$ 8.900 e R$ 12.261,20 respectivamente.
Procurado, o governo de Pernambuco informou que a lei foi sancionada pela Alepe porque o projeto foi proposto pelo Poder Legislativo, “que pela lógica, também o promulgou”. “A lei se justifica pela inadequação dos salários dos secretários de Estado em Pernambuco, que era um dos mais baixos do País, inviabilizando a formação de equipe. No caso dos cargos de governador e vice-governador, o subsídio mensal não era atualizado há 20 anos (desde 2002)”, justificou.