Empresa em Goiás pode ter que pagar quase R$ 2 milhões depois de clientes encontrarem larvas e fezes em comida
Condenação foi proposta pelo Ministério Público após promotor identificar mais de 85 denúncias de consumidores
A Vigilância em Saúde de Goiás recebeu diversas denúncias de consumidores com relação à farinha de milho flocada Xodó Flocão. De acordo com os relatos, foram encontradas larvas, vivas e mortas e até fezes.
Diante desse cenário, o Ministério Público de Goiás (MPGO) está processando a empresa fabricante do produto, com sede em Rio Verde, em R$ 1,9 milhões de reais por danos morais coletivos, a serem revertidos ao Fundo Municipal de Direitos do Consumidor.
De acordo com o promotor de Justiça Márcio Lopes Toledo, no final de 2022, ele teve acesso a um inquérito policial que tramitava no estado de São Paulo. No documento, a empresa está respondendo por lesão corporal culposa e por comercializar ou entregar matéria-prima ou mercadoria em condições impróprias ao consumo.
A denúncia que deu início a todo esse processo partiu de uma mãe que buscou medidas legais após a filha consumir a farinha de milho e passar muito mal. No mesmo inquérito, a Polícia Civil (PC) também colheu o relato de outro consumidor que encontrou um corpo estranho em meio ao alimento. Ao investigar, descobriu que se tratava de parte de um besouro.
Foi realizada perícia no produto, que constatou que ele se encontrava impróprio para consumo. Diligências realizadas observaram que a fábrica também não estava integralmente em sintonia com as boas práticas de fabricação.
Durante as investigações, foram reunidas 89 reclamações entre 2020 e 2022, sendo 23 delas com relação direta ao flocão, envolvendo corpos estranhos, tais como larvas, fezes de animais, teias de aranha e outros objetos não identificados.