“Eu queria morrer primeiro do que ver meu filho morto”, desabafa mãe de detento assassinado no Presídio de Anápolis
Familiares alegaram terem sido informados da morte por terceiros, sem receber nenhum posicionamento do presídio
Após ser informada da morte de Alessandro Francisco da Luz, Maria dos Santos, a mãe do detento, desabafou sobre as dificuldades vividas após ele ser transferido para a Unidade Regional Prisional (URP) de Anápolis. Ele veio de Goianápolis na segunda-feira (03) e foi assassinado nesta sexta-feira (08).
“Eu não estou aguentando, está doendo demais. Meu filho não era ruim, meu filho era bom, mas entrou em amizades erradas e aí aconteceu. Eu queria morrer primeiro do que ver meu filho morto”, lamentou.
Em entrevista concedida ao repórter Jonathan Cavalcante, da rádio São Francisco, ela contou ter percebido uma grande diferença entre o tratamento recebido em Anápolis e em Goianápolis.
“Ele estava preso em Goianápolis. Trabalhava no corredor, estava em cela livre e era bem comportado. Eu era bem recebida lá. Deixavam eu ver meu filho e abraçar ele. Aqui a gente é humilhado, não pode ver nada”, disse Maria.
Ainda segundo ela, as revistas e as proibições de comidas eram diferentes entre as unidades. Ela alega que o filho trabalhava quando estava preso em Goianápolis e, entre as atividades desempenhadas, estava a confecção de tapetes.
“Pegar a pessoa onde ela está bem e trazer ela para cá para matar, para o matador. Ele não é vaca, não é boi, não é animal, ele é ser humano e já estava pagando pelo que fez. Não precisava de ninguém matar ele”, disse Maria.
A mulher ainda afirmou que conhecia o diretor do presídio e os carcereiros em Goianápolis, e que eles tratavam bem os familiares dos detentos, realidade que não teria encontrado em Anápolis.
Ainda segundo a genitora, o presídio ainda não se pronunciou sobre o caso e a família soube da morte por terceiros.
Relembre
Na manhã desta sexta-feira (07), um princípio de motim ocorreu na Unidade Regional Prisional (URP) de Anápolis, situada no Jardim das Américas 3ª etapa. Durante o banho de Sol, presos iniciaram combates entre si.
Na confusão, Alessandro Francisco da Luz e Diego Sobrinho da Silva foram esfaqueados e morreram. Os agentes prisionais agiram prontamente para conter a confusão, e os homicídios estão sendo investigados pela Polícia Civil (PC).